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Ex-Presidente peruano diz que regresso à prisão é condenação à morte

O ex-Presidente do Peru Alberto Fujimori, hospitalizado desde quarta-feira, depois de o Supremo Tribunal ter anulado o indulto concedido no final do ano passado, considerou hoje uma condenação à morte o regresso à prisão.

Ex-Presidente peruano diz que regresso à prisão é condenação à morte
Notícias ao Minuto

22:23 - 04/10/18 por Lusa

Mundo Fujimori

Fujimori, de 80 anos, implorou às autoridades para que não seja detido à saída da clínica onde se encontra, num vídeo registado com o ex-Presidente deitado numa cama.

"Eu quero pedir ao Presidente da República, aos juízes: por favor, não me matem. Se voltar à prisão, o meu coração não vai aguentar, está demasiado fraco. Não me condenem à morte, nada mais me causa mais medo", afirmou Alberto Fujimori, Presidente do Peru de 1990 a 2000.

A filha do antigo chefe de Estado e dirigente da oposição, Keiko Fujimori, de 43 anos, disse, na quarta-feira, que a decisão foi "desumana".

"É o dia mais triste das nossas vidas, é muito mau", afirmou, perante os jornalistas.

Depois de divulgado o vídeo, o ministro do Interior, Mauro Medina, declarou à rádio RPP que Fujimori, hospitalizado após descompensação e aceleração do ritmo cardíaco, "está já considerado detido" e informou que agentes da polícia se encontram defronte da clínica.

"Esperamos a sua saída da clínica para o conduzir ao estabelecimento prisional", notou o membro do Governo.

O juiz Hugo Nunez anulou o indulto depois de analisado o recurso das famílias das vítimas do Governo de Fujimori, condenado por crimes contra a humanidade.

O advogado das famílias das vítimas, Carlos Rivera, afirmou à agência France-Presse que a decisão do Supremo foi correta, porque "irregularidades foram cometidas no momento do indulto".

A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos revelou que esta decisão foi uma grande "vitória para as vítimas e um passo à frente na luta contra a impunidade".

"Justiça foi feita", disse Rosa Rojas, que perdeu o filho, de 8 anos, e o marido em 1991, num dos dois massacres que levaram à condenação de Fujimori, perpetrados por um esquadrão da morte.

A libertação prematura de Fujimori, no final de 2017, após perdão da pena assinado pelo ex-Presidente Pablo Pedro Kuczynski, desencadeou uma crise política e protestos de organizações de direitos humanos e vítimas da repressão.

Aposentado da política, Fujimori morava sozinho numa casa arrendado, num bairro de luxo de Lima, capital do país.

Nos últimos anos, o antigo Presidente do Peru recorreu várias vezes ao hospital, tendo sido por diversas ocasiões operado por causa de um cancro na língua.

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