Com Marques Vidal "muitos casos de criminalidade vieram a lume"
Joaquim Jorge valoriza o trabalho desempenhado por Joana Marques Vidal, considerando ainda que "António Costa impôs a sua vontade a Marcelo Rebelo de Sousa”.
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
Joana Marques Vidal deixará, dentro de duas semanas, de se sentar na cadeira de procuradora-geral da República no Palácio Palmela. Em causa está o facto de ter chegado ao fim o seu mandato de seis anos. Lucília Gago será a senhora que se segue e que terá pela frente o repto de dar continuidade ao projeto de modernização do Ministério Público.
Num texto enviado à redação do Notícias ao Minuto, Joaquim Jorge mostra-se surpreso pela não reconversão de Marques Vidal no cargo, já que “tudo parecia acordado entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa” para dar continuidade. Porém, defende, “mais altos interesses se levantaram”.
O fundador do Clube dos Pensadores (CdP) equaciona ainda a possibilidade de a própria magistrada pretender sair, “alegando falta de confiança e de condições depois de a atual ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, alegar que o cargo de procurador-geral da República seja desempenhado num só mandato”. Todavia, “a Constituição não proíbe a renomeação do cargo”, frisa.
Joana Marques Vidal sai, assim, “em estado de graça” e “não podemos nem devemos esquecer que foi indicada pela antiga ministra, Paula Teixeira da Cruz”.
Durante estes seis anos, “Joana Marques Vidal transmitiu a ideia que ação penal pode atingir quaisquer pessoas, mesmo banqueiros, ex-ministros ou ex-primeiro-ministros”. Aliás, conseguiu “que a justiça melhorasse a sua imagem e que há um Estado de direito democrático”. Para justificar a ideia, o biólogo refere ainda que “muitos casos de criminalidade de todo o tipo vieram a lume mostrando dinamismo e ação no terreno”.
Durante o seu mandato “procurou ser discreta e ponderada nas suas aparições públicas e transmitiu a ideia que sabia o que estava a fazer”. Houve, porém, “algumas falhas como o segredo de justiça, mas que não podem ser imputadas à sua pessoa”.
A substituição de Joana Marques Vidal por Lucília Gago “é puramente política e surpreendentemente António Costa impôs a sua vontade a Marcelo Rebelo de Sousa”.
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