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"Assistimos a uma alteração revolucionária na forma de combater o cancro"

Poderá a imunoterapia ser o caminho que falta explorar para garantir o sucesso da oncologia? O Notícias ao Minuto falou com a médica oncologista Fernanda Estevinho que acredita que sim.

"Assistimos a uma alteração revolucionária na forma de combater o cancro"
Notícias ao Minuto

08:10 - 19/09/18 por Mariana Botelho

Lifestyle Oncologia

Falar de cancro é falar de células que adquirem uma capacidade de divisão e de um crescimento anormal, com capacidade de se infiltrar. Nos habituais tratamentos de quimioterapia, falamos de tratamentos que têm como objetivo levar à morte estas células e dificultar a sua divisão. Já quando falamos de imunoterapia, estamos a ter em conta as características do microambiente onde as células se estão a dividir. Aquilo que nós vamos fazer na imunoterapia é levar a que as células do próprio organismo se sintam mais ativas, consigam identificar as células tumorais e assim tratar da sua eliminação”. É desta forma resumida que a médica oncologista Fernanda Estevinho explica a imunoterapia, um tratamento que cada vez mais se usa enquanto método para combater o cancro, seja de forma isolada ou a par da quimioterapia.

O método não é novo, embora ainda seja considerada uma forma de tratamento recente que “tem vindo a ser desenvolvida nos últimos anos”, refere a especialista, salientando o ano de 2015 como data da “primeira grande autorização da FDA  (Food and Drugs Admnistration),  que é a entidade reguladora de tratamentos como este”.

Desde então, a imunoterapia, já testada e comprovada, começou a ser usada como método de combate contra vários tipos de cancro, de entre os quais se salienta o cancro do pulmão, que é merecedor de destaque por ser um dos tipos de cancro mais prevalentes a nível mundial e uma das principais causas por cancro na população masculina portuguesa. Aliás, só em Portugal estima-se que a cada ano se some mais 4.000 casos deste tipo de cancro que não se devem apenas ao tabagismo. Portanto, novas terapêuticas são temas de análise, principalmente aquelas que apresentam uma melhoria na taxa de sobrevivência dos doentes, como é o caso da imunoterapia, de que fazem provas vários estudos como o Keynote-024 que foi publicado em 2016, especifica Fernanda Estevinho, onde se “comparou o caso de doentes com cancro do pulmão em estado muito avançado que foram expostos a duas formas de tratamento: um grupo à com imunoterapia e o outro, a quimioterapia dita convencional”.

É uma revolução na forma de se tratar o cancro

Tal estudo é um bom exemplo onde se aponta uma taxa de sobrevivência muito superior face a quem é exposto a quimioterapia. Para a médica oncologista, pode falar-se mesmo num “aumento da sobrevivência global. A imunoterapia tem tido um papel fundamental neste sentido, um grande avanço”. No fundo, é uma “revolução na forma de se tratar o cancro".

Ainda com enfoque no cancro do pulmão, a FDA também já autorizou este caso em específico enquanto doença metastizada (processo no qual as células cancerígenas invadem os tecidos circundantes e afetam outras partes do organismo), mas como em qualquer caso, os “fins terapêuticos têm de ser especializados às caraterísticas próprias de cada doente”.

Todos estes cuidados são seguidos por todos os especialistas que prescrevem a imunoterapia em Portugal. Uma decisão que não carece de qualquer autorização especial e por isso já está disponível em todos os hospitais do país. É por isso que “temos vindo progressivamente a atuar em cada vez mais doentes, de diferentes casos e com especificidades próprias”, diz-nos Fernanda Estevinho que acrescenta: “começamos também a ver a imunoterapia a surgir em fases mais precoces, ou seja, mesmo depois de tratamentos de quimioterapia e radioterapia, a imunoterapia não deixa de ser opção”.

Esta foi uma das questões em debate no Workshop 'O Doente no Centro da Imunoterapia'. Um evento que contou com a participação de especialistas de várias áreas ligadas ao tema e que partilharam experiências sobre esta terapêutica. Fernanda Estevinho foi uma das oradoras convidadas do referido workshop, que aconteceu em Lisboa na semana passada.

Quanto ao investimento que a imunoterapia carece, a especialista elucida: “Todo o investimento é feito no doente que está à nossa frente, na sobrevivência global e na sua qualidade de vida”, aspetos que parecem ver mais luz com o método de tratamento de que aqui se fala e que, por isso, vale muito a pena.

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