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Nos CMEC quem mandava era o Governo e não a EDP, diz Ricardo Ferreira

Ricardo Ferreira, antigo assessor dos ex-ministros Carlos Tavares e Álvaro Barreto, assegurou hoje que, em todo o processo dos CMEC, quem mandava era "o Governo e não a EDP", apesar da "cultura de diálogo" com todas as partes interessadas.

Nos CMEC quem mandava era o Governo e não a EDP, diz Ricardo Ferreira
Notícias ao Minuto

19:55 - 14/09/18 por Lusa

País Inquérito

Ricardo Ferreira, atualmente diretor da regulação da EDP, foi hoje ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas, tendo sido questionado pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral sobre a notícia que falava do "dia em que a EDP foi Governo", segundo a qual o 'draft' do decreto-lei de implementação, em 2007, dos CMEC [custos para a manutenção do equilíbrio contratual] terá vindo diretamente da EDP para assinatura do então ministro da Economia, Manuel Pinho.

"Eu passei por dois gabinetes ministeriais e as coisas não eram assim, claramente. O Governo era o Governo, o Governo mandava. Eu duvido é que esta notícia tenha alguma veracidade", assegurou.

No entanto, o antigo assessor sublinhou que houve "conversas, diálogos e discussões" em "todo o processo que levou à concretização dos CMEC, com todos os 'stakeholders', desde reguladores, nacionais e estrangeiros, a 'stakholders' internos, empresas, incluindo também a REN".

"Houve cultura de diálogo, que não é mesma coisa do que mandar no Governo", insistiu.

Pelo PCP, o deputado Bruno Dias, no meio de uma das perguntas, afirmou que Ricardo Ferreira já tinha esclarecido naquela mesma comissão "que não teve envolvimento no processo de elaboração do 'draft' que a administração da EDP enviou ao Governo como proposta de resolução do Conselho de Ministros".

"Só uma precisão [sobre] o 'draft' da resolução do Conselho de Ministros: eu não disse não o escrevi, só digo que não me recordo. Não tenho memória disso", precisou, na resposta, o economista.

Sobre se no primeiro encontro com o ex-ministro Carlos Tavares - por convite de um adjunto do governante - o responsável da pasta sabia que tinha estado na The Boston Consulting Group (BCG), Ricardo Ferreira admitiu que sim, mas não pôde dar a certeza.

"O meu primeiro projeto da BCG foi o da EDP. Foi mesmo o meu batismo. E foi um batismo de fogo", assumiu.

Já o deputado do BE Jorge Costa insistiu nas reuniões entre o então ministro Carlos Tavares e o antigo comissário europeu Mario Monti e se Ricardo Ferreira teria estado presente nas mesmas.

"Não tenho nenhuma recoleção disso, mas é possível que tenha estado", disse apenas.

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