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Os detalhes da acusação de assédio sexual que recai sobre Kavanaugh

A acusação remete para os anos em que a vítima e Kavanaugh andavam na escola secundária. O juiz nomeado por Trump para o Supremo já desmentiu as alegações.

Os detalhes da acusação de assédio sexual que recai sobre Kavanaugh
Notícias ao Minuto

17:24 - 14/09/18 por Fábio Nunes

Mundo Estados Unidos

Depois das audiências de confirmação e a uma semana da votação do Comité Judiciário do Senado relativamente à nomeação de Brett Kavanaugh para o Supremo norte-americano, o juiz enfrenta uma acusação de assédio sexual com mais de 30 anos.

Esta quinta-feira, os senadores democratas revelaram que apresentaram uma queixa ao FBI contra Kavanaugh por assédio sexual de uma mulher quando ambos andavam na escola secundária. A alegação chegou por intermédio de carta aos senadores democratas em julho, pouco tempo depois de Donald Trump ter nomeado Kavanaugh para o Supremo, de acordo com o The New Yorker.

A carta explica que Kavanaugh frequentava a Georgetown Preparatory School, em Bethesda, e a alegada vítima estudava numa escola próxima desta. A mulher refere que durante um encontro numa festa, Kavanaugh, que tinha estado a beber, segurou-a no chão num quarto e tentou aproveitar-se dela. Também estava presente um amigo de Kavanaugh e ambos levantaram o som da música no quarto para que não se ouvissem os seus protestos. Kavanaugh tapou-lhe a boca com mão, mas a mulher conseguiu libertar-se dele.

Apesar das décadas que passaram, a mulher frisa que a memória daquele incidente ainda a deixa nervosa e que teve procurar ajuda psicológica. Aparentemente, a nomeação de Kavanaugh para o Supremo há alguns fê-la reviver a dor daquele momento e decidiu revelar a sua história publicamente.

Tensão entre os democratas

Motivo que a levou a contactar a sua congressista, a democrata Anna Eshoo. A carta também foi enviada para o escritório da senadora democrata Dianne Feinstein. O The New Yorker, que cita fontes próximas da alegada vítima, diz que durante conversas Eshoo e Feinstein, e percebendo que a confirmação de Kavanaugh parecia garantida, resolveu não contar a sua história publicamente.

Ao mesmo tempo a senadora Feinstein, um membro do Comité Judiciário do Senado, não falou sobre esta acusação com os seus colegas democratas. Pelo menos até esta quarta-feira, algo que gerou alguma tensão interna. Muitos não compreendem porque a senadora não revelou a acusação antes, se já tinha a carta desde julho.

Confrontado com a acusação de assédio, Brett Kavanaugh já reagiu. “Categoricamente e inequivocamente nego esta alegação. Não fiz isto no secundário ou em qualquer outra altura”. O colega de Kavanaugh que também é referido na acusação assumiu a mesma posição.

Kerri Kupec, porta-voz da Casa Branca, escreveu sobre a alegação de assédio contra o juiz, afirmando ser uma “tentativa de última hora de adiar a sua confirmação no Supremo”.

Mas na era do movimento #MeToo, a sociedade demonstra uma sensibilidade maior face a casos de assédio ou abuso sexual. Resta saber que peso esta alegação terá na confirmação de Kavanaugh para o Supremo norte-americano.

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