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Sepsis: Por certo já ouviu falar, mas tem a certeza de que sabe o que é?

No Dia Mundial da Sepsis, o Notícias ao Minuto falou com o médico Paulo Mergulhão que esclareceu esta que é uma condição ainda alvo de muitas dúvidas, inclusive pela comunidade médica.

Sepsis: Por certo já ouviu falar, mas tem a certeza de que sabe o que é?
Notícias ao Minuto

13:45 - 13/09/18 por Mariana Botelho

Lifestyle Dia Mundial

�A sepsis é uma condição potencialmente fatal que surge quando a resposta do organismo a uma determinada infeção é desregulada e induz por si próprias lesões aos órgãos e tecidos do indivíduo”. Esta é a definição ‘leiga’ que ficou estipulada em 2016 pela comunidade científica, que se reuniu com o propósito de esclarecer as constantes dúvidas em torno do tema.

Mas apesar do esclarecimento, há aspetos que se mantém complexos e algo inexplorados, nomeadamente a forma com o problema se desenvolve. Este é, aliás, “um dos fatores que tem limitado o desenvolvimento de terapêuticas eficazes na modulação da resposta desregulada do organismo a uma infeção, que não envolve apenas o sistema imune”, aponta Paulo Mergulhão, médico dos Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar de São João.

Outro desafio, que se mantém ainda pouco explorado, prende-se com os sintomas a que se associa a sépsis e que podem ser confundidos com outros problemas. Em suma, qualquer infeção pode ser causa de sepsis o que torna o leque de opções bastante vasto e extremamente variável entre casos. Por exemplo, “um doente com um pneumonia terá sintomas muito diferentes de outro doente com uma infeção urinária ou uma meningite mas todos eles podem ter sepsis”, refere o especialista, que acrescenta ser de extrema importância que os profissionais de saúde reconheçam suspeitas de infeção o mais precocemente possível, “nomeadamente o aumento da frequência respiratória, alterações agudas do estado de consciência ou diminuição da pressão arterial”.

É importante que a população também reconheça o problema

O diagnóstico pouco precoce é, pois, o principal problema que a própria medicina aponta face à sepsis e cuja principal arma para que seja travado é, segundo Paulo Mergulhão, a educação dos profissionais de saúde bem como a própria população.

“Os primeiros devem estar capacitados para reconhecer e valorizar manifestações precoces de infecção, permitindo a rápida identificação de casos de sepsis. Nos segundos, a mensagem deve ser mais de tranquilização, reforçando que a grande maioria das infecções não cursa com sepsis nem com qualquer necessidade de cuidados emergentes mas simultaneamente salientado a importância de reconhecer sinais de alarme (nomeadamente dificuldade em respirar ou alterações da consciência)”, elucida o médico.

A necessidade de se dar a conhecer o problema a todos prende-se também com a generalização de indivíduos que podem sofrer do problema. Embora se aponte como mais propícios os indivíduos nos extremos de idade e portadores de doenças crónicas (como alguém com insuficiência renal), a sepsis pode surgir em qualquer pessoa.

Segundo a Direção Geral da Saúde, que reviu a forma de diagnóstico e tratamento destan condição em Portugal, o foco está nos doentes em contexto de serviço de urgência e baseia-se em três pontos fundamentais: a administração de antibióticos, que deve ser o mais precoce possível; o foco na origem da infeção, que garante um tratamento mais eficaz; e o uso de órgãos artificiais como suporte para o tratamento, que garantem tratar a infeção de forma mais eficaz.

O que falta à medicina contra a sepsis?

A nível desta condição, o diagnóstico microbiológico é a área onde há mais avanços tecnológicos atualmente. Algo essencial para casos de infeções graves, fazendo toda a diferença uma identificação mais rápida dos microorganismos (MO) em questão, já que “com as metodologias culturais clássicas o tempo até à identificação de um determinado MO é frequentemente superior a 3-4 dias o que limita muito o impacto da de-escalação” explica Paulo Mergulhão, que esclarece ainda que “o seu real papel na prática clínica ainda está em avaliação, mas o potencial que contém é enorme”.

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