França diz que assalto a Idlib ameaçará segurança da Europa
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, advertiu hoje que um assalto do regime sírio na província de Idlib terá consequências diretas para a segurança da Europa, devido ao risco de dispersão de milhares de 'jihadistas' concentrados nessa região.
© Reuters
Mundo Jean-Yves Le Drian
"Existe um risco securitário na medida em que nessa zona se encontram muitos 'jihadistas', reivindicando-se sobretudo da Al-Qaida, que são entre 10.000 e 15.000 e que são riscos imediatos para a nossa segurança", disse em declarações à cadeia televisiva BFMTV, e calculando em "algumas dezenas" o número de franceses nas suas fileiras.
"Existe o risco de se dispersarem caso a ofensiva síria e russa for desencadeada nas condições que atualmente imaginamos", assinalou o chefe da diplomacia francesa.
Ao evocar o risco de catástrofe humanitária nesta zona onde se concentram três milhões de pessoas, Le Drian advertiu que o precedente de Alepo, outro bastião rebelde retomado pelo regime em dezembro de 2016, não seria "nada comparável em relação ao horror que isso pode agora representar".
O Conselho de Segurança reúne-se hoje para discutir de novo a situação na província síria de Idlib, onde a ONU receia a "pior catástrofe humanitária" do século, caso as forças governamentais ataquem o último grande bastião insurgente.
Jean-Yves Le Drian também manifestou inquietação pelo risco de ataques químicos em Idlib, e reiterou a "linha vermelha" francesa e a ameaça de novos ataques aéreos contra o regime caso seja confirmada a utilização de armas químicas.
"Parece existir uma espécie de preparação psicológica por parte de responsáveis russos sobre uma utilização da arma química que depois atribuiriam aos grupos terroristas", sugeriu.
Hoje, a Rússia reafirmou que os rebeldes sírios preparam uma encenação sobre um falso ataque químico perto de Idlib e que seria atribuído ao regime.
O ministro francês também preveniu a Rússia, ao considerar que tem mais a perder que a ganhar no caso de uma ofensiva.
"Se a Rússia renunciar aos seus compromissos de estabilização da zona de Idlib, assume também o risco de ficar totalmente isolada após um desastre do qual acarretará todas as consequências", disse.
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