Soldado que abateu palestiniano imobilizado diz que não se arrepende
Elor Azaria foi libertado em maio, depois de ver a sua pena reduzida. Soldado israelita matou um palestiniano imobilizado a sangue frio, num caso que dividiu a sociedade israelita e gerou enorme indignação junto dos palestinianos.
© Reuters
Mundo Elor Azaria
O soldado israelita que cumpriu uma pena de prisão depois de ter matado um palestiniano ferido no chão com um tiro na cabeça garante que não tem “qualquer arrependimento” pelo que fez.
Elor Azaria tinha 19 anos quando baleou mortalmente Abdul Fatah al-Shari, um palestiniano que, momentos antes, tinha tentado esfaquear um soldado israelita em Hebron, na Cisjordânia ocupada.
As forças de defesa israelitas imobilizaram o palestiniano depois do ataque mas, mesmo com al-Shari deitado no chão e ferido, Elor Azaria deu-lhe um tiro na cabeça.
O israelita foi condenado a 18 meses de prisão, mas viu a sua pena ser reduzida, pouco depois, em quatro meses. Azaria cumpriu nove dos 14 meses e foi libertado no passado mês de maio.
Cerca de quatro meses depois, o soldado israelita deu a sua primeira entrevista, para reiterar que não tem qualquer arrependimento.
“[Se fosse hoje] Atuaria exatamente da mesma forma, porque foi assim que eu tive de atuar”, confidenciou Azaria ao jornal hebraico Israel Hayom.
Para além da condenação por parte dos palestinianos, o assassinato de al-Shari dividiu a opinião pública israelita. Os setores mais nacionalistas e extremistas de Israel, que contaram com a aprovação do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e do ministro da educação, Naftali Bennett, demonstraram o apoio ao soldado, ao passo que grande parte dos militares o acusaram de ter violado o código de ética do exército.
O facto de muitos militares não o terem apoiado gerou ressentimento em Azaria, que os acusa de o terem “abandonado”.
Na mesma entrevista, Elor Azaria disse ainda que, apesar da sua condenação, está disponível para servir o exército na reserva.
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