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"Sei que é feio, mas é de ter inveja das benesses dos bancários da CGD"

"O país deveria ser mais igual e mais justo, mas não o é nem nunca vai ser", defende Joaquim Jorge.

"Sei que é feio, mas é de ter inveja das benesses dos bancários da CGD"
Notícias ao Minuto

10:10 - 27/08/18 por Notícias Ao Minuto

Política Joaquim Jorge

A última sexta-feira ficou marcada por uma greve na Caixa Geral de Depósitos, greve essa que foi agendada após se saber que a administração da CGD tinha denunciado o Acordo de Empresa.

O banco público apresentou lucros no primeiro trimestre deste ano mas quer ter do seu lado mais mecanismos para nos próximos anos controlar os custos com os salários dos funcionários.

Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, reage à situação numa opinião veiculada ao Notícias ao Minuto em que não discute "a justeza da luta dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos" mas em que compara com "uma certa acintosidade com laivos de inveja e ciúme pelos professores, tendo em conta poder-lhes ser contado os famigerados 9 anos 4 meses e 2 dias", algo que "é um direito não um favor".

Escreve Joaquim Jorge, com ironia à mistura, que "os cínicos alegam que os professores não são avaliados, progridem automaticamente, ganham muito, não fazem nada, blá- blá- blá". Porém, quando se compara com os bancários, verifica-se "muitos deles não são licenciados".

"Eu já sabia de algumas regalias dos bancários, mas não pensei que fossem tantas", escreve ainda Joaquim Jorge, que enumera de seguida casos em que a 'balança' parece pender a favor dos bancários.

Há "as reformas antecipadas a partir dos 55 anos, sem penalização a partir dos 60 anos", as "progressões automáticas por antiguidade", o facto de a CGD pagar "diuturnidades a cada cinco anos, uma anuidade em média de 400 euros anuais", mas também o facto de a CGD ser "responsável pelos serviços sociais, que são únicos no panorama de saúde em Portugal, existem para além do SAMS, a que todos os bancários têm direito" e, finalmente, no crédito à habitação, onde os bancários podem conseguir "condições muito vantajosas com juros baixíssimos".

"Desculpem-me a CGD não é constituída por capital maioritariamente do Estado? O Estado português não injectou elevadas quantias em dinheiro dos impostos de todos os portugueses durante a troika?", pergunta ainda de forma retórica Joaquim Jorge.

O biólogo realça mesmo que "as regalias e condições que usufruem os seus trabalhadores estão a anos-luz de outros funcionários públicos". Daqui que admita que sabe que é feio, "mas é de ter inveja e ciúmes das benesses dos bancários da Caixa".

"Infelizmente somos um país de quintais, a ver qual é o melhor quintal e quem tira mais partido do Estado, apetece dizer , 'eu quero ser bancário da Caixa'. O país deveria ser mais igual e mais justo, mas não o é nem nunca vai ser", conclui.

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