"Os mais velhos trabalharem a outro ritmo poderá ser uma solução"
Joaquim Jorge, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto, diz estar de acordo com o fim do regime da reforma compulsória por limite de idade.
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
O fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto esta sexta-feira, diz estar de acordo com o fim do regime da reforma compulsória por limite de idade.
Para Joaquim Jorge, se o Governo realmente acabar com a reforma obrigatória aos 70 anos, tal como foi noticiado esta quinta-feira, está a ir ao “encontro da expectativa de vida que é cada vez maior”. Contudo, para o também biólogo, o Executivo deve pensar em soluções para “não prejudicar” a entrada dos mais jovens na Função Pública.
“É preciso equacionar não prejudicar a renovação geracional na Função Pública, quiçá os mais velhos trabalharem a outro ritmo (tempo parcial) ou noutra área poderá ser uma solução. Manter o cérebro em forma, e ter um bom envelhecimento, no futuro será a regra e poder trabalhar até aos 75 anos será habitual para quem o queira fazer”, considera.
Apesar da preocupação com os mais jovens, Joaquim Jorge entende que “não fazia sentido nenhum um funcionário público ser obrigado a reformar-se aos 70 anos compulsivamente estando com saúde e na plenitude das suas faculdades”, quando para cargos políticos, não há limite de idade.
“Mário Soares candidatou-se a Presidente da República pela terceira vez com mais de 80 anos, Marcelo Rebelo de Sousa se for recandidato a presidente da República terá 73 anos e nada o impede de o fazer”, declara.
Já quanto à idade da reforma, Joaquim Jorge admite que esta deve manter-se.
“A idade da reforma deve manter-se como está ( 66 anos e 4 meses), mas deve ser uma opção pessoal poder continuar a trabalhar sem ser uma obrigação. Não acredito que a maioria das pessoas com 66 anos esteja xexé e fique à espera de morrer”, sublinha.
"É primordial deixar-se de ver os velhos como uma população senil, passiva, dependente e parasita do erário público. O conceito de reformado, sinónimo de acabado e à espera da morte, está ultrapassado", remata Joaquim Jorge.
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