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"Motoristas da Uber ainda não são legais. São transportes pirata"

Florêncio de Almeida reitera que os motoristas da Uber de "andarem a roubar o trabalho dos outros" e acusa a comunicação social de estar "comprada" por estas plataformas de transporte.

"Motoristas da Uber ainda não são legais. São transportes pirata"
Notícias ao Minuto

08:50 - 17/07/18 por Melissa Lopes

País ANTRAL

O presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários (ANTRAL), Florêncio de Almeida, comentou ao Notícias ao Minuto os recentes episódios de violência entre taxistas e motoristas da Uber no Algarve.

Começando por esclarecer que os taxistas são “contrários à violência” e que “a violência não resolve o problema [entre taxistas e condutores de Uber], Florêncio frisou, porém, que há que cumprir as regras.

“Estes senhores [funcionários da Uber] não podem andar a parar nas estradas e a apanhar clientes, como aconteceu em Lagos, e a convidar as pessoas a entrar”, afirmou, avisando que os motoristas da Uber “têm que cumprir com a missão deles. E nós temos que cumprir com a nossa”.

O presidente da ANTRAL lembrou ainda que, apesar do diploma da legalização ter passado no Parlamento,  neste momento, os motoristas da plataforma “ainda não são legais”.

“São transportes pirata em Portugal que andam a roubar o trabalho dos outros”, fez sobressair Florência de Almeida, acrescentando que “por conseguinte, eles têm que respeitar as pessoas, porque quem não respeita não pode ser respeitado”.

Sobre os acontecimentos de Lagos, em que um motorista de táxi foi filmado a agredir um condutor de Uber, tendo o vídeo circulado na comunicação social, Florêncio esclareceu que “dos conhecimentos” que tem, “o motorista da Uber deu uma palmada primeiro ao motorista de táxi”, antes de este o pontapear. 

“Só que a imprensa, infelizmente, está comprada por essas plataformas e só transmitem aquilo que interessa. Eles investem muitos milhões para os jornalistas passarem as notícias que eles querem”, acusou o representante dos taxistas. “Isto é uma vergonha o que se está a passar neste país. É políticos, é tudo”, acrescentou, sem papas na língua.

"Eles já não tinham vergonha, agora ainda pior"

No entender de Florêncio de Almeida, a aprovação na Assembleia da República (AR) da legalização de plataformas como a Uber veio "naturalmente" intensificar o conflito.  "Porque se eles já não tinham vergonha, agora ainda é pior", afirmou, deixando críticas ao Parlamento. "O que se está a passar com estas plataformas é uma vergonha. E a AR, enfim, vamos ver o que o Presidente da República vai fazer, porque isto é uma afronta ao veto que ele deu", afirmou. 

"O país, neste momento, está para as pessoas que não cumprem com nada, para vagabundos, ladrões, corruptos. Aqueles que querem trabalhar honestamente são os que não têm hipótese nenhuma neste país. Há que emigrar e deixar aqui estes vagabundos a governar o país", sublinhou ainda, considerando que o problema, nesta altura, no Algarve não é a falta de trabalho, antevendo que a tensão se venha a intensificar no inverno. "Nesta altura, há trabalho para toda a gente", alertou. 

De resto, garantiu que o problema dos conflitos é o facto de os condutores de Uber "não respeitarem os locais que são para outros [os taxistas] estarem estacionados".

"E andarem na rua a perguntar às pessoas se querem táxi, eles não são táxi! É isso que está a acontecer. Eles não são táxi e nunca serão táxi. É uma vergonha e as autoridades cospem para o lado, o táxi como é fácil fiscalizar, não tem problema, é sempre a andar", lamentou, aguardando agora que o Presidente da República peça a fiscalização da lei votada no Parlamento. Se não o fizer, "com toda a certeza que alguém a vai pedir", assegurou. 

Recorde-se que a lei que vai regular a atividade dos transportes em veículos descaracterizados (TVDE) foi aprovada, na semana passada, dia 12, com os votos favoráveis do PS, PSD e PAN, a abstenção do CDS-PP e os votos contra do PCP, Bloco e 'Verdes'. A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) mostrou-se "descontente com a teimosia parlamentar" depois da aprovação da lei que regula as plataformas eletrónicas como a Uber e a Cabify, afirmando continuar a lutar "por justiça efetiva para o setor".

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