Desempregados da Siderurgia Nacional voltam a reunir-se com Governo
Representantes de desempregados da antiga Siderurgia Nacional, que hoje estiveram reunidos com o Ministério do Trabalho, voltam a reunir-se com a tutela em setembro, após uma reunião sem soluções para um processo que se arrasta há 17 anos.
© Reuters
Economia Siderugia
"Reunimo-nos com o adjunto do ministro do Trabalho e com a adjunta secretária de Estado da Segurança Social, expusemos os nossos problemas e a resposta foi que compreendem a nossa situação e que em setembro vamos ter uma nova reunião para analisarem tudo o que se passa para aí poderem decidir, se é que vão decidir alguma coisa", disse Nuno Silva, desempregado da Siderurgia Nacional, à agência Lusa.
Falando em nome de outros desempregados, Nuno Silva lembrou que "isto é uma luta que se arrasta há 17 anos", levando a que "os trabalhadores estejam num desgaste total".
"Há aqui desempregados que não têm maneira de se sustentar. Alguns [tendo em conta a idade] foram obrigados a ir para uma reforma geral quando há um decreto-lei que os abrange na reforma dos siderúrgicos - e se optássemos por essa reforma, teríamos uma reforma razoável", contou à Lusa.
Porém, "como o Estado não nos dá acesso a essa reforma, apesar de existir essa lei, os trabalhadores optaram pela reforma geral, sendo penalizados, e estão na miséria", afirmou, indicando que ainda "há outros trabalhadores que nem isso conseguem e estão a receber rendimento mínimo [de inserção] que nem lhes dá para viver".
Os antigos trabalhadores defendem que a base de cálculo para a reforma tenha em conta o vencimento que cada um recebia na Siderurgia Nacional. Para os trabalhadores que se reformaram antecipadamente, defendem que seja retirado o fator de sustentabilidade, e que seja dada atenção aos desempregados de longa duração.
Segundo Nuno Silva, o caso já passou por vários executivos, desde logo em 2002, quando um secretário de Estado se comprometeu a resolver a situação, mas nunca houve solução.
Na origem do caso está a dispensa de 200 trabalhadores da Siderurgia Nacional Serviços que, em 2001, assinaram a rescisão dos seus contratos no quadro do encerramento da atividade siderúrgica da empresa pública.
Nessa altura, a empresa Siderurgia Nacional foi reestruturada e passou das mãos do Estado para um grupo privado.
Nessa altura, de acordo com Nuno Silva, os trabalhadores foram pressionados a rescindir o contrato face às garantias apresentadas, de que após a reestruturação teriam os postos de trabalho assegurados dentro de um ano e uma boa indemnização.
Estes trabalhadores alegam que apenas assinaram as rescisões com a promessa de que seis meses a um ano depois frequentariam cursos de formação profissional e seriam reintegrados em novas empresas.
Contudo, as empresas que resultaram do encerramento da Siderurgia Nacional contrataram outras pessoas, que não os ex-funcionários.
Dado o final do prazo prometido, mais de 100 daqueles trabalhadores avançaram com um processo em tribunal, mas, entretanto, alguns deles já faleceram ou desistiram da causa porque se reformaram.
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