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Está a fazer bluff? As expressões faciais não refletem como nos sentimos

Diz-me quem és. De acordo com a BBC News, enquanto realizava pesquisas sobre emoções e expressões faciais na Papua Nova Guiné em 2015, o psicólogo Carlos Crivelli descobriu algo surpreendente.

Está a fazer bluff? As expressões faciais não refletem como nos sentimos
Notícias ao Minuto

20:00 - 19/06/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Dissimulação

O clínico mostrou aos habitantes da ilha de Trobriand fotografias do típico semblante ocidental que refletem medo, nomeadamente olhos arregalados e boca aberta, e pediu aos habitantes que identificassem o que viam. Todavia, os trobriandeses não viram rostos assustados nas imagens, e ao invés interpretaram a fisionomia como indicação de ameaça e de agressão.

Noutras palavras, o que entendemos como uma expressão universal de medo não é universal.

Mas se os trobriandeses têm uma interpretação diferente das expressões faciais, o que isso significa?

Uma nova e popular teoria que conta com cada vez mais adeptos, refere que afinal as expressões faciais não refletem os nossos sentimentos. Em vez de leituras exatas dos estados emocionais de cada um, elas mostram, na verdade, as nossas intenções e objetivos sociais.

O rosto age "como uma placa de trânsito para controlar a circulação", diz Alan Fridlund, professor de psicologia da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, responsável pela elaboração de um estudo recente com Crivelli, da Universidade Britânica De Montfort.

Naquela pesquisa, os especialistas defendem uma visão mais utilitária das expressões faciais. "Os nossos rostos acabam por ser ferramentas destinadas a direcionar a trajetória de uma interação social", argumentam.

Ou seja, as nossas expressões são menos um espelho do que está a acontecer dentro de nós do que um sinal que estamos a enviar sobre o que queremos que aconteça de facto em seguida.

Sendo assim, a sua melhor cara de ‘nojo’, por exemplo, pode mostrar que não está feliz com a forma como a conversa está se está a desenrolar e que está à procura de uma alternativa.

"É a única razão que faz sentido para as expressões faciais terem evoluído", diz Bridget Waller, professora de psicologia evolutiva da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido. Rostos, diz a académica, estão continuamente "a dar algum tipo de informação útil tanto para o emissor quanto para o recetor".

Novas pesquisas estão agora a testar dois dos principais pilares da teoria básica da emoção.

O primeiro é a ideia de que algumas emoções são universalmente compartilhadas e reconhecidas. O segundo, a crença de que as expressões faciais são espelhos confiáveis dessas emoções.

"São dois pontos diferentes que realmente foram confundidos pelos estudiosos", diz Maria Gendron, do Departamento de Psicologia da Universidade de Yale.

Numa análise de cerca de 50 estudos realizada em 2017, um grupo de investigadores descobriu que apenas uma minoria dos rostos das pessoas refletia os seus sentimentos reais. Segundo um dos coautores, Rainer Reisenzein, apenas uma exceção fugia à regra: divertimento, que quase sempre resultava em sorrisos ou risos.

Reisenzein acredita e sublinha que existem boas razões evolucionárias para não revelarmos os nossos estados internos a outras pessoas: "Isso colocaria-nos em desvantagem na arena social que todos os seres humanos integram”.

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