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"Estamos a plantar fósforos"

Desde a tragédia de Pedrógão Grande, onde morreram 66 pessoas, já se plantaram 2.500 hectares de eucaliptos. Para Miguel Sousa Tavares, enquanto se plantarem eucaliptos, Portugal vai continuar a arder".

"Estamos a plantar fósforos"
Notícias ao Minuto

23:37 - 18/06/18 por Notícias Ao Minuto

País Miguel Sousa Tavares

O calor chegou em força e, com ele, chegaram também os incêndios florestais. Esta segunda-feira, quase 1.300 bombeiros estiveram a combater 70 incêndios em todo o país.

Passado um ano desta a tragédia de Pedrógão Grande, “todos nós aprendemos mais sobre o que não foi feito e deveria ter sido feito, sobre as razões dos incêndios, sobre as formas de o combater, lemos toneladas de papéis, de relatórios, estudos e opiniões”, comentou Miguel Sousa Tavares, para quem o país está mais preparado do que nunca para combater os incêndios.

“Creio que estamos mais preparados para combater os incêndios do que alguma vez tivemos. Sem dúvida que se gastou muito mais dinheiro para estarmos preparados. Os bombeiros têm muito mais material e, com isso, houve muita gente a ganhar dinheiro a vender material ao Estado. Temos muito mais meios aéreos e, com isso, houve várias empresas a faturar”, analisou no seu espaço habitual de comentário, na SIC. 

Todavia, no entender do comentador, fizeram-se “grandes disparates” a cortar árvores de fruto, árvores decorativas, árvores de sombra. A par disso, salientou o escritor, "desde Pedrógão já se plantaram mais 2.500 hectares de eucaliptos”.

“Enquanto se continuarem a plantar eucaliptos, Portugal vai continuar a arder, porque estamos a plantar fósforos. E basta olhar para as estatísticas portuguesas, europeias ou mundiais e ver a íntima relação entre a área ardida e a área de eucalipto plantada”, sustentou, apontando o dedo à indústria da celulose que, acredita, está por trás de muitos artigos de engenheiros e especialistas que dizem que “isto é uma falácia”.

“Desconfio que muitos desses textos que leio são de pessoas ao serviço da indústria de celulose. E daqui não saio”, rematou. 

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