Centro de adoção francês atribui crianças que "ninguém quer" a casais gay
Responsável de serviço de adopção de Sena Marítimo, em França, faz declarações polémicas. Para "casais atípicos", "crianças atípicas".
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Mundo França
A responsável dos serviços de adopção de Sena Marítimo, em França, admitiu que os casais homossexuais não são prioridade no momento de adotar e que para eles são reservadas as “crianças atípicas”.
Em declarações ao France Bleu Normandie, Pascale Lemare, chefe do departamento de adoção de Sena Marítimo, admitiu que os “casais atípicos”, ou seja, casais do mesmo sexo, devem estar recetivos a “perfis atípicos de crianças”.
“Os casais homossexuais não são excluídos, mas não são prioridade”, acrescentou ainda. “Eles próprios são um pouco atípicos em relação à norma social, mais ainda em relação à norma biológica, [é importante] que apoiem o acolhimento de crianças atípicas”, explicou.
E o que se entende por crianças atípicas? De acordo com Lemare, são crianças que “ninguém quer” porque são “muito problemáticas, muito perturbadas psicologicamente, muito velhas, deficientes”. “São crianças com perturbações que não são desejadas (…) e isso é normal”, sublinhou.
Esta postura foi confirmada ao Le Parisien por uma jovem que alega que lhe foi dito que se “devia preparar para acolher uma criança com características específicas, ou seja, mais velha ou com um problema físico”.
Olivier Dussopt, secretário de estado de Ação e Contas Públicas, já reagiu através das redes sociais, dizendo que estas afirmações “são contrárias aos princípios de neutralidade, igualdade e da rejeição da discriminação que caracterizam a função pública”.
Si les propos sont vérifiés, ils sont contraires aux principes de neutralité, d’égalité et de refus des discriminations qui caractérisent la #FonctionPublique. Je les condamne et prends acte de leur condamnation par le président de @seinemaritime https://t.co/wolrY2YZaC
— Olivier Dussopt (@olivierdussopt) 18 de junho de 2018
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