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Portugal adere ao memorando contra alterações climáticas

O primeiro-ministro, António Costa, manifestou hoje ao governador da Califórnia a adesão de Portugal ao memorando internacional liderado por este Estado norte-americano para o combate às alterações climáticas e cumprimento das metas do acordo de Paris.

Portugal adere ao memorando contra alterações climáticas
Notícias ao Minuto

21:11 - 14/06/18 por Lusa

País Califórnia

Esta posição de adesão de Portugal ao memorando "Under 2 coalition", que junta 17 Estados norte-americanos contrários à política ambiental da administração de Donald Trump, foi transmitida por António Costa no final de uma reunião de hora e meia com o governador da Califórnia, Jerry Brown - um dos políticos democratas com maior notoriedade nos Estados Unidos.

"Podemos contar com Jerry Brown numa comunhão de valores, não só em Portugal, mas também na Europa, em torno de desafios como o combate às alterações climáticas e na promoção de energias limpas. Queremos o cumprimento das metas do acordo de Paris e pretendemos até superá-las", declarou António Costa.

Jerry Brown referiu-se em particular a uma grande conferência internacional que se realizará em São Francisco, em 12 de setembro próximo, tendo como base o memorando "Under 2 coalition" e deixou uma garantia:

"A Califórnia tudo fará para reduzir as emissões de gases com efeito estufa. Temos de nos unir contra os efeitos do aquecimento global. O que estamos a fazer não é suficiente", declarou Jerry Brown.

António Costa, por sua vez, procurou salientar a importância desta ação desenvolvida pela Califórnia, referindo que este Estado norte-americano "é a quinta economia mundial".

"Jerry Brown é seguramente um dos políticos norte-americanos que tem uma visão mais próxima sobre os grandes desafios que nós temos de enfrentar", afirmou o líder do executivo português, destacando neste ponto a necessidade de aprofundamento sobre o conhecimento dos oceanos.

António Costa referiu que Portugal adere ao memorando liderado pela Califórnia para apoiar os esforços mundiais para o cumprimento do acordo de Paris contra as alterações climáticas.

"Mesmo cumprindo todos os objetivos desse acordo, ainda ficaremos aquém daquilo que é considerado essencial", observou o primeiro-ministro.

O governador da Califórnia pegou nestas palavras e deixou uma mensagem de crítica sobre a intenção da administração de Washington sair do acordo de Paris.

"É preciso que os portugueses, os europeus e todo o mundo saibam que nós, os americanos, queremos estar dentro do acordo de Paris. Fizemos uma aliança entre 17 Estados norte-americanos para apoiar esse acordo. Estamos a fazer o possível para reduzir as emissões de gases poluentes", referiu Jerry Brown, que se candidatou à nomeação presidencial pelos democratas por duas vezes contra Jimmy Carter (178 e 1982) e uma vez contra Bill Clinton (1992).

"Queremos galvanizar o mundo para fazermos mais no combate às alterações climáticas. Temos de investir em tecnologias limpas. Este é um desafio global e que tem de ter resposta também global", completou o governador da Califórnia.

Interrogado sobre o fenómeno dos incêndios florestais na Califórnia, Jerry Brown apontou práticas de populações como queimadas em alturas de grande calor.

"Temos de aumentar as restrições, o que não é fácil, porque há pessoas que adoram viver no meio da floresta, o que é muito perigoso", disse.

Já sobre este ponto, antes de se reunir com o ?Callfire', a autoridade californiana para a prevenção e combate a incêndios, António Costa afirmou pretender reforçar "a cooperação nesta área e aprender com as técnicas e com o conhecimento existente na Califórnia".

"Gostava que esta cooperação na prevenção e combate aos incêndios fosse alargada ao resto da União Europeia, visto que temos um calendário diferente das ameaças de fogos florestais. Espero que, no futuro, a União Europeia e a Califórnia possam partilhar recursos", acrescentou o primeiro-ministro.

Após esta reunião com o governador Jerry Brown, António Costa seguiu depois para o encerramento de uma conferência sobre energias renováveis também em Sacramento.

No último discurso da sessão, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, fez rir a plateia: "Não sabemos se vamos ser campeões [mundiais] de futebol, mas somos campeões na Europa nas energias renováveis".

Eurico Brilhante Dias referiu que, em 2017, 42% da energia produzida em Portugal veio de fontes renováveis, vento, água, sol e biomassa - uma percentagem bem superior à média europeia".

"Até ao final de maio, em 2018, da produção elétrica produzida, 64% veio de fontes renováveis. Temos políticas públicas bem desenhadas e objetivos políticos bem definidos nesta matéria", acentuou.

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