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Oposição critica acordo alcançado com FMI para empréstimo ao país

Diversos setores da oposição na Argentina contestaram hoje o acordo anunciado na quinta-feira com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 50.000 milhões de dólares, advertindo que isso implicará um rigoroso ajustamento social.

Oposição critica acordo alcançado com FMI para empréstimo ao país
Notícias ao Minuto

17:31 - 08/06/18 por Lusa

Economia Argentina

Em comunicado, Aldo Pignanelli, ex-presidente do banco central argentino, advertiu que "não há margem social" para fazer o ajustamento que se antevê.

O economista considerou que "nenhum país fica feliz por fazer um acordo com o FMI" e considerou que isso "não é uma virtude".

O acordo, que vai estar em vigor durante três anos, foi anunciado na quinta-feira e deve ainda ser aprovado pela direção do FMI no próximo dia 20, prevendo a aplicação durante 36 meses de um programa económico com exigentes metas orçamentais.

"O governo teve de recorrer ao FMI dada a sua aberrante gestão económica (...): Não há nada para festejar e é muito triste", disse Pignanelli, considerando que "o FMI é muito duro" e "mais do que preocupar-se com o défice orçamental ou comercial, deviam começar a preocupar-se com o défice social".

Na mesma linha, Agustín Rossi, chefe do bloco de deputados da Frente para a Vitória-Partido Justicialista, (oposição), referiu que as condições que o FMI vai impor implicam "profunda dor e danos no tecido social argentino, levando a um aumento da recessão, uma diminuição na atividade económica e uma perda do poder de compra dos salários e das pensões".

"É uma notícia muito má para todos os argentinos. O valor acordado é exagerado e vai condicionar futuros governos e gerações", considerou Rossi em comunicado.

O bloco de deputados desta coligação solicitou que o acordo com o FMI seja discutido no Congresso.

Alguns legisladores argumentam que contrair esta dívida, não prevista no orçamento de 2018, deve ter a autorização do Parlamento.

Marcelo Ramal, dirigente do Partido Obrero (esquerda) também não poupou críticas ao acordo, apontando que vai levar a despedimentos e perda de benefícios sociais.

A Argentina anunciou na quinta-feira um acordo "stand by" de três anos com o FMI para um programa de assistência no montante de 50 mil milhões de dólares (42 mil milhões de euros).

A este montante vão juntar-se 5.650 milhões de dólares provenientes de linhas de crédito "de rápido desembolso" de outros organismos - Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial (BM) e CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina - com o objetivo de baixar a inflação no país, conseguir o equilíbrio orçamental e evitar uma crise, anunciou o governo em comunicado.

"O que conseguimos com o apoio da comunidade internacional foi evitar uma crise e poder continuar o processo de crescimento", assegurou em conferência de imprensa em Buenos Aires o ministro das Finanças argentino, Nicolás Dujovne, após o FMI ter anunciado em Washington que o acordo foi alcançado.

Os fundos estão disponíveis a partir de 20 de junho e prevê-se que o primeiro desembolso se concretize logo, num valor de 15 mil milhões de dólares destinados a reforçar o orçamento e as reservas do banco central argentino.

O Presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou no passado dia 08 de maio que a Argentina iria procurar um acordo financeiro com o FMI, depois de uma forte desvalorização da moeda, com o peso argentino a registar uma depreciação de quase 25% face ao dólar no espaço de um mês.

Segundo o governo de Macri, o plano económico que vai ser aplicado durante os 36 meses de vigência do acordo é "consistente e sustentável a nível económico, social e político".

O programa estabelece metas orçamentais mais ambiciosas: um défice primário de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano e de 1,3% em 2019, com um equilíbrio em 2020 e um excedente de 0,5% em 2021. Isto significa que no período 2018-2021 a Argentina terá de reduzir o défice em 19.300 milhões de dólares, um ajustamento que o ministro não explicou como se vai concretizar.

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