Israel diz que palestinianos ameaçaram Messi de morte
Jogo de futebol entre as seleções argentina e israelita foi cancelado na passada terça-feira. Ministra israelita da Cultura e do Desporto diz que terrorismo esteve na origem do cancelamento e que o futebolista Lionel Messi foi ameaçado de morte.
© Reuters
Mundo Miri Regev
A ministra da Cultura e do Desporto de Israel, Miri Regev, afirmou esta quarta-feira que os motivos para o cancelamento do jogo de futebol entre Argentina e Israel, que estava marcado para o próximo sábado, em Jerusalém Oriental, não foram as pressões políticas exercidas por grupos de defesa dos direitos humanos, mas sim ameaças de morte a Lionel Messi e à sua família.
Miri Regev culpou os palestinianos pelo cancelamento do jogo e evocou o atentado de 1972, em Munique, quando 11 membros da equipa olímpica de Israel foram raptados e mortos por um grupo terrorista palestiniano.
“Isto é um novo tipo de terrorismo, que ameaçou Messi e a sua família. O mesmo tipo de terrorismo que há alguns anos assassinou atletas nas Olimpíadas de Munique”, atirou Regev, citada pelo jornal israelita Haaretz.
“Isto não é BDS [Boicote, Desenvolvimento e Sanções], mas um incidente terrorista que intimidou os atletas”, acrescentou Regev.
Já o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que, perante o cancelamento do jogo, “existe a possibilidade de se verificar maior pressão para cancelar outros eventos noutras áreas”, não especificando se se estava a referir à Eurovisão. Recorde-se que Netta Barzilai venceu o concurso, em Lisboa, e no final anunciou que a próxima edição do festival será em Jerusalém.
O jogo de futebol entre Argentina e Israel esteve marcado para Haifa, no entanto, a organização acabou por mudar o encontro particular para Jerusalém, na parte Oriental da cidade, ocupada ilegalmente por Israel desde 1967 reivindicada pelos palestinianos como futura capital de um estado da Palestina.
Para denunciar a ocupação, vários grupos de defesa dos direitos humanos e altas figuras palestinianas apelaram a que o jogo fosse cancelado. O embaixador da Palestina, Husni Abdel Wahed, na Argentina considerou o jogo “inaceitável”, ao passo que o movimento BDS salientou que “não há nada de amigável na ocupação militar e no apartheid”.
Mais agressivo foi Jibril Rajoub, responsável pela Associação de Futebol da Palestina que, no passado domingo, apelou a que os adeptos palestinianos queimassem tshirts de Lionel Messi. No entanto, Rajoub nega qualquer envolvimento em apelos violentos e criticou Israel por estar a tentar utilizar um jogo de futebol como arma política.
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