Mattarella assegura que não "colocou obstáculos" à formação de Governo
O Presidente da República da Itália, Sergio Mattarella, assegurou hoje que não "colocou obstáculos" à formação de um Governo e sublinhou que facilitou "de todas as maneiras" que Giuseppe Conte pudesse constituir um Executivo.
© Reuters
Mundo Itália
"Facilitei a tentativa de formação de um Governo", afirmou Sergio Mattarella, depois de Conte ter renunciado à tarefa de formar um Executivo, como lhe tinha pedido o chefe de Estado, em 23 de maio.
Mattarella, lembrou que "houve uma maioria parlamentar" nas eleições legislativas de 04 de março, formada pelo Movimento 5 Estrelas e a Liga (extrema direita), que, "mesmo em oposição durante o ato eleitoral, chegaram a um acordo após um grande trabalho do programa de Governo".
"Esperei o tempo que me pediram para que fosse possível chegar a acordo quanto a um programa e para o fazer aprovar nas bases partidárias respetivas", afirmou o Presidente da Itália, acrescentando que "ninguém pode sustentar que coloquei um obstáculo a um Governo definido como de mudança".
Sergio Mattarella, notou que deu "uma grande colaboração" a "esta tentativa" de formar Governo, declarando ter "partilhado e aceite todas as propostas para os (nomeações de) ministros, com exceção do Ministro da Economia", o eurocético Paolo Savona, de 81 anos.
"A nomeação do Ministro da Economia é sempre uma mensagem imediata de confiança ou alarme para os operadores económicos e financeiros. Pedi a este Ministério um representante político da maioria consistente com o acordo do programa [...] que não fosse visto como apoio a uma linha que poderia causar a inevitável saída da Itália do euro", disse Mattarella.
Por isso, o Presidente registou "com pesar uma indisponibilidade para qualquer outra solução".
"Fui informado das solicitações das forças políticas para ir a eleições rapidamente, decisão que tomarei com base no que acontecerá no parlamento", concluiu.
O jurista Giuseppe Conte renunciou hoje à tarefa de formar um novo Governo, em Itália, face às dificuldades encontradas para escolher o seu executivo.
Desta forma, agrava-se a crise política em Itália, e desconhece-se, de momento, qual será a decisão que tomará o chefe de Estado.
O líder da Liga Norte, Matteo Salvini, revelou, num comício, em Terni, que existe um veto a um ministro, e nesse caso, considera que a única alternativa será "voltar às urnas".
"Eu digo apenas que decidem, por princípio, os cidadãos, e não os alemães, os franceses ou os portugueses. Para formar Governo decidem os cidadãos", acrescentou.
"Se o professor Savona não pode ser ministro porque tem o defeito de defender os cidadãos italianos, pondo em discussão as regras europeias, então sou eu que levo Savona para o Governo", defendeu.
"Se estamos em democracia, a única alternativa é voltar às urnas e dar a palavra aos italianos, para lhes pedir um mandato completo e para que possamos decidir sozinhos", acrescentou o líder da Liga Norte.
A indicação de Conte para a chefia do Governo foi questionada nos últimos dias por alguns setores, dada a falta de experiência política e, segundo notícias da imprensa italiana, ter referido no "curriculum" a frequência de prestigiadas universidades que alegadamente não frequentou.
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