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Do terror na Academia aos arrasos generalizados: As palavras de BdC

Fique com o conteúdo da intervenção de Bruno de Carvalho em Alvalade, que durou cerca de duas horas.

Do terror na Academia aos arrasos generalizados: As palavras de BdC
Notícias ao Minuto

16:19 - 19/05/18 por Notícias Ao Minuto

Desporto Sporting

Bruno de Carvalho convocou, este sábado, a comunicação social para uma conferência de imprensa que começou com 1h15 de atraso e que durou precisamente duas horas. Nela, atacou Álvaro Sobrinho, Jaime Marta Soares, José Maria Ricciardi, entre outros, deu a sua versão dos acontecimentos de terça-feira, na Academia de Alcochete e anunciou que irá percorrer o país para realizar três sessões de esclarecimento aos sócios.

Venceria eleições: Não estou preocupado, vamos fazer questões de esclarecimentos com as pessoas.

Quem deixou entrar o carro: Ouviu o que a pessoa disse? A polícia, neste momento, tem na sua posse, todas as gravações, todos os depoimentos. A única coisa que aconselho é ouvir melhor a entrevista, que foi uma atrapalhação total, estava pouco encenada. A administração do Sporting não deu autorização àquela carrinha, como não deu a nenhuma. Há pessoas, responsáveis, um até muito cuidadoso em termos de segurança, que é GNR de funções suspensas, que não deve querer que eu saiba as matrículas autorizadas a entrar na Academia. Nem sei qual a do meu carro, mas está autorizada. É das coisas mais patéticas que insinuaram. As imagens mostram quando entrou, o que fez, com quem esteve e quando saiu.

Pedidos de rescisão: Tem a noção que sou um ser humano, sou pai, e eles para mim são família. As pessoas que estavam no World Trade Center, quando já tinha havido uma tentativa de ato terrorismo, não estavam à espera que viesse um avião. Imagina o que é o choque das pessoas. Neste momento, as pessoas vivem a sua vida. Na minha vida, estou a sofrer pelo ato de terrorismo mais vil que vi na minha vida, pessoas a dizer que devia ser morto à nascença, e estou aqui. Porque amo o clube e sou profissional. O que transmiti aos jogadores foi um pedido de desculpa, em meu nome e do Sporting. Muitos deles estão chocados, é algo que ninguém merece passar. Mas temos de ser profissionais, saber seguir e saber que a entidade patronal tomará todas as medidas para que, como sempre fizeram, a sua vida normal. O que se passou foi uma anormalidade criminosa, as pessoas estão presas. Por isso digo que é uma questão jurídica muito forte. Moralmente, todos passamos por situações complicadas e estou aqui. Somos profissionais, temos que defender as cores do clube, sabendo que os responsáveis do clube nada têm a ver com isto. Iremos fazer todas as alterações necessárias. Aquilo que tem que ser feito é um trabalho normal, mas um esforço tremendo por parte do Governo para intervir em situações recorrentes, como em Guimarães, no Seixal, no Olival. Esta semana, estavam criadas todas as situações de segurança para que os jogadores treinassem na Academia. Percebo o choque que está a ter nas pessoas. Agora é começar a trabalhar normalmente sabendo que a entidade patronal sempre tratou da sua segurança.

Discussão entre adeptos e jogadores: Não fazia a menor ideia e não me foi transmitido este ‘pedido’ de dizer isso na cara. Não fazia a mínima ideia. O que me foi transmitido pelos jogadores, quando perguntei sobre o que se tinha passado, era que estava tudo bem. Se estou a ser franco e aberto com os jogadores, levo o tema para cima da mesa para que digam as coisas, e me dizem que está tudo bem… Se era para lá estar inclusive, e de certeza que não fui eu que pedi para inventar uma notícia que me impedisse de estar em Alvalade, jamais alguém tem uma noção do ato hediondo, a não ser que me tivessem dito (...) Para passarem por mim, tinham que me matar para entrar e para fazer o que fizeram [em Alcochete].

Jamor: Não, não vou ao Jamor. Não, não acho que estejam criadas as condições para ir ao Jamor. Não mereço o que se está a passar. Não mereço não poder usufruir o trabalho de um ano. Mas, pelo Sporting e pela festa, para que não haja constrangimentos nem se continue a alimentar. Com muita mágoa, com muita frustração, não poderei usufruir de um dia de festa por uma campanha vil. Muito sportinguista de coração bom, que tem estado enredado nessa teia, depois das intervenções, vão perceber o mal fizeram a quem defende os interesses do Sporting. Se quiséssemos defender os nossos, íamos embora.

Taça de Portugal: Espero que, com o sportinguistas a perceberem o que se está a passar, parem, desfrutem do jogo, que por amor de Deus não aconteça nada. Que demonstrem a dimensão do Sporting e que não é um ato destes que a derruba. Que na segunda-feira possam, com calma, ouvindo a minha intervenção, um a um se possam esclarecer todos os assuntos. Avisei que estava a guardar muitas coisas, mas que tinha que as dizer.

Ataque em Alcochete: Começa no estádio e há imagens, com vários jogadores a virarem as costas aos adeptos e a chamar nomes, não é bonito, mas temos que aceitar. No aeroporto também há imagens. Lembro-me de estar a ver preocupado. Vê-se uma altercação onde está um líder de claque e o Jorge Jesus. É nesse momento que lhes foi dito ‘Na terça-feira, vou à Academia e dizes-me isso na cara’. Foi-me escondido até há dois dias atrás. Porquê? Porque as pessoas não tiveram noção da gravidade do que se estava a passar. Percebo que as pessoas não tenham a noção e não estejam preparadas para um ato terrorista. Mas têm que perceber que, perante isto, se é para me imputar algo, tinham que ter transmitido à direção da SAD o que se tinha passado, este encontro semi-combinado. Por algum motivo entrou o tal carro. Fui eu que autorizei? Sabia daquilo? Tinha permitido se lá estivesse? Neste momento não estava vivo. Muito dificilmente, fosse com barras ou o que fosse, chegava aos meus jogadores.

Quem está por trás das notícias: Portugal aproveitou para tentar destruir o seu infant-terrible. Já começou por uma intenção. Dizemos que os inimigos dos nossos amigos nossos amigos são. As pessoas não gostam que afronte e diga a verdade sobre o Presidente da República. Andou comigo ao colo, tenho pena que se tenha esquecido. Dito o que tenho que fazer sobre a Procuradoria, a FPF, a Liga, os Governos, sobre tudo. Isso não agrada. O português comum come e cala. Sinceramente, acho que neste momento isto começou como um golpe palaciano de uma oposição irresponsável, com o apoio de Jaime Marta Soares, que é ele que rebenta a primeira bomba nuclear, após a cimeira com Vieira. Com o apoio do nosso rival. Ricciardi e seus muchachos, com toda a teia de influência de Jaime Marta Soares, com o nosso rival a aplaudir, porque passa pelos pingos da chuva, mas porque está prestes a liminar o seu pior inimigo, que se chama Bruno de Carvalho. Temos visto nos emails até onde chega a teia, o estado lampiónico, chega a todo o lado e estão a manifestar-se. A força deles é grande.

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15h30: É hediondo, criminoso o que estão a fazer. Espero que os sportinguistas tenham entendido o que se está a passar. Volto a frisar. O que se está a armadilhar com Jaime Marta Soares… Dizem-me para apresentar a demissão e voltar a candidatar e a ter a confiança dos sportinguistas. Não é o que eles querem. Jaime Marta Soares é o que se chama o dinossauro das autarquias. Neste momento, se apresentarmos a demissão, coloca durante seis meses uma comissão de gestão e só nos permite recandidatar daqui a seis meses. Entretanto, essa comissão de gestão, porque Ricciardi sabe que estamos a acabar um processo de negociação, onde a dívida do Sporting passará para menos de metade, vêm dizer que são melhores. Mas somos nós que estamos a acabar a negociação. Para a semana, vamos fazer três sessões de esclarecimento pelo país. Não presidente de um presidente da AG, que anda a brincar com os sportinguistas. Nós vamos fazer três sessões de esclarecimento. Não há necessidade dos outros órgãos sociais. Vamos ouvir e dar todas as explicações necessárias, vamos alugar espaços para milhares de pessoas. Não é este presidente da AG ou quem quer tomar de assalto o Sporting que nos vai impedir de falar com os associados, entender as suas críticas, responder à suas dúvidas. Vamos dar a cara, vamos lutar pelo Sporting, pela nossa dignidade. Era o que mais faltava ter que ver, como vi ontem, o presidente da AG do Benfica, que nem sabia quem era, depois desse clube vexar Portugal pelo mundo, sobre estas acusações de corrupção sérias e de influência. Em vez de se demitir, de pedir a demissão dos órgãos sociais… Vem comentar a crise do Sporting. Somos honrados, sérios, não brinquem mais connosco. Esta direção e esta administração, com todo o trabalho, é que tem que se demitir enquanto, em clubes envolvidos… O presidente da AG do Benfica, em vez de falar da vergonha que tem do que tem saído, vem comentar. Só falta convidarem Vieira para comentar o que se passa no Sporting.

15h22: Porquê os flick flaks de Jaime Marta Soares? Uns dias antes do apelidado caso Madrid, veio-me propor, a pedido de Luís Filipe Vieira, uma cimeira com ele. O presidente da AG do Sporting veio pedir ao presidente do Sporting uma cimeira secreta com o amigo Luís Filipe Vieira. Negada, aliás, quando diz que não tem sido fácil falar com o presidente, confesso que nunca tinha dito tanto palavrão numa só frase para responder àquele convite. Claro que a relação passou a ser difícil, porque o simples convite é um ato de desrespeito. Passados uns dias, sabendo que lhe disse que ia ser pai, dá-me um grande abraço e diz ‘Isso é que é importante’. No dia a seguir, estava a pedir a minha demissão, estava eu a ir para o hospital. Diz que sofreu muitas pressões… Deve ser um homem que dorme pouco. Imagino de onde vieram as pressões, um homem que disse a todos os canais que é de pontes… Devia ser um homem de bom-sendo, que colocasse os direitos do Sporting acima de tudo, do que um homem de pontos. Não é mais do que um sobrevivente. Jaime Marta Soares apareceu, ao tipo emplastro, na Academia. Poderá perguntar se não tem direito de ir ver com os seus olhos a tragédia. Tem, não tem é direito de mentir descaradamente. Mentiu. Disse que eu e Jesus trocámos parcas palavras, quando estivemos quase duas horas a conversar sobre o sucedido. Disse que todos os jogadores se recusaram a falar comigo, quando estive horas a falar com eles, entre eles Bruno Fernandes, mesmo à frente dele. Estava ele com o seu estilo bonacheirão, a falar. Disse-lhe ‘Bruno, já viste, sofremos este ato aqui e está aqui a passar que sou o culpado’. Ao que respondeu ‘Isto foi terrível, mas também já disseram que apresentei a minha demissão’. Foi dizer que não falei com os jogadores… Aconteceu uma coisa que também viu, que foi, quando saí para fumar, saiu o nosso CSI da brigada da GNR, que disse ‘Peço desculpa, mas já ninguém pode sair’. Tive que estar a ser comido pelos mosquitos cá fora. Cada atleta, cada jogador, cada staff que vinha cá para fora não podia entrar. Relembro as palavras de Jesus ontem. Palavras que deu à SIC. ‘Quando vi a notícia que tinha provas que o presidente tinha sido o mandante, a primeira coisa que fiz foi ligar-lhe’. Se não há relação, se estamos todos nesta coisa terrível, por que é que me ligou às 10h30 da manhã? O team manager passei a ser eu, o interlocutor direto com Jesus. Vocês estão a participar no maior ato de terrorismo feito sobre uma pessoa e seus companheiros de equipa, estão a ser coniventes, é a vossa retaliação pela última AG. Só lamento que os bons sportinguistas, sérios, estejam a ser enredados por um conjunto de calúnias que já levaram ao cúmulo de ter, durante hora e meia, dois jornalistas a baterem-me à porta de casa. Tivemos que chamar a polícia e ser identificados.

15h20: Estamos a fazer um empréstimo obrigacionista, está a correr otimamente bem. Não tem havido nenhuma questão derivada deste ato terrorismo. O trabalho com a banca tem sido excelente, assim como com os verdadeiros patrocinadores. Ninguém confunde um ato de terrorismo com uma direção. Amanhã temos uma AG de obrigacionistas, temos a certeza que irá correr bem, as pessoas são racionais.

15h13: Quantas transformações magníficas não sucederam pelas lutas que travámos. Tenho que lamentar a falta de solidariedade demonstrada para com este presidente. Sofreram horrores com o que se passou na Academia. Não pode, não deve, haver qualquer tipo de rescisão. Irão perguntar se posso garantir aos sportinguistas que ninguém tentará apresentar. Ninguém pode, porque na vida podemos tudo. Apenas estou a dizer que as coisas tiveram um princípio, um meio e um fim. Juridicamente, queremos que os jogadores joguem com toda a alegria e demonstrem o que é o Sporting. Que os adeptos durante todo o dia demonstrem o que é o Sporting, que seja um excelente jogo e que este grupo conquiste a Taça de Portugal, que culmine esta época com um título, e que os sportinguistas que estão a passar por uma das semanas mais negras a nível de ataque, consigam levar uma felicidade para casa, que possam continuar a estar orgulhosos do que é o seu clube, a sua direção, a sua comissão executiva da SAD. Aqui não há sacos azuis, verdes ou o que for, não há atos de corrupção, não há contactos com o Brasa, não há emails. Escamoteram tudo o que apareceu ontem. Não me falem em segredo de justiça, porque isto também o está. Onde está o Brasa? Onde está os emails a pedir nomeações? Não vos posso garantir nada. O que posso garantir é que os jogadores são a minha família, que escolhi, em cada modalidade. Saberemos, como sempre fizemos, gerir o Sporting perante qualquer adversidade que surja. Alertamos desde já que existem jogadores em choque, mas muitas vezes por trás do jogador aproveita-se emocionalmente um advogado ou um agente. Vocês sabem claramente as minhas posições com os bons e os maus agentes, as minhas lutas. Uma coisa garanto: O Sporting não ficará sem os seus ativos, garantirá a segurança de todos e tomará as medidas internas para garantir que jamais volta a acontecer um ato destes. Não há corrupção, não há sacos azuis. O maior especialista de direito desportivo, Meirim, quando entro no futebol, a primeira coisa que faz é um artigo sobre o caso Bruma. E ganhámos. Cá estamos para trabalhar e garantir toda a paz e estabilidade. Não há, juridicamente, nenhuma razão para que os jogadores rescindam.

15h09: A Academia é e sempre foi um local seguro. Aconteceu este evento, as pessoas têm que tirar as ilações, fazer as auditorias que devem ser feitas. Mas jamais posso dizer que a Academia não é um local seguro para treinarem. Até porque a Sporting SAD garantiu e garantirá toda a segurança de todos os atletas, e perante isto não tenho dúvidas que os atletas podem estar calmos, porque todas as alterações importantes a fazer na Academia, faramos. Mas parem com este ato de terrorismo contra pessoas de bem. Não podem ser confrontados com acusações da gravidade que temos hoje nos jornais. Pedimos encarecidamente a todos os sportinguistas que façam do jogo do final da Taça uma festa, que mostrem a dimensão do Sporting, porque aquilo não é a dimensão do Sporting, não é o Sporting. Por favor, tenham respeito pela instituição que amamos, pelos nossos atletas, equipa técnica e direção. Façam do dia de amanhã uma festa. Não provoquem o mínimo de distúrbio. O mundo está a olhar para nós. Temos sido um exemplo e temos de continuar a sê-lo. A nossa equipa merece apoio. Lamento que não tenha chegado ao Sporting qualquer nota oficial de um órgão de soberania ou tutela do futebol por aquilo que sucedeu. É de cortesia institucional enviar-se para o presidente do clube onde acontece algo como isto, um voto de solidariedade e de repúdio.

15h05: A maior parte dos jogadores nem percebe o que aconteceu. Todos são seres humanos, apesar destes serem minha família e meus ativos. Acompanhei de perto que um dos jogadores, que será do Sporting na próxima época, Raphinha, sofreram situações verdadeiramente criminosas na Academia do Vitória esta época. Como não era o Bruno de Carvalho, Portugal não se sentiu vexado. Há muito a fazer na lei da violência desportiva. É por isso que estamos a apresentar propostas e a contribuir com as nossas ideias. Os jogadores não têm culpa, não se aperceberam da dimensão, numa conversa comigo não me alertaram. Seria impossível imaginar tal ato bárbaro e descompensado com aquele. Não quero acreditar, e já o disse a Joaquim Evangelista, que possa haver uma tentativa de rescisão por um ato que involuntariamente saiu dos próprios jogadores. Lamento ter que falar disto antes da final da Taça. Não merecem nada do que se tem passado, mas nós Sporting também. Aquilo não é o Sporting e nunca mais será o Sporting. Mas estar a deixar alimentar esta campanha de terror, não só para me tentar imputar como autor, mas todo o silêncio que verifico sobre o assunto, dos jogadores que não me querem no banco… Tenho pena, porque volto a dizer que somos uma família. Muitas vezes me coloquei à frente de centenas de adeptos, em Chaves e Portimão, para que nada acontecesse, protegendo os meus jogadores, dizendo que se alguém teria culpa era eu. Se quisessem fazer algo era a mim. Este silêncio tem sido ensurdecedor, lamento que se deixe cavalgar uma onda de pânico sobre os sportinguistas e sobre mim e todos os presentes. Teríamos, e não iremos fazê-lo, porque achamos que não é o caminho, mas teríamos motivos para alguns processos disciplinares perante o que aconteceu. Um crime daqueles, daquela magnitude, não merece que façamos isso. Mas não me venham falar de rescisões.

15h00: Rui Patrício sabe mais do que isto. Não devemos entrar neste tipo de situações com os adeptos, temos de saber medir o que fazemos e dizemos. Alguma vez estou a dizer que isso merece um ato criminoso? Nunca. Mas de facto as coisas tiveram um início, e o início não foi no presidente do Sporting. Quando dizem que os jogadores podem pedir rescisão, quando vem Ricciardi fazer um exercício de drama, horror, que o Sporting ia falir… Afinal foi ele e os seus amigos, os mesmos que agora querem novamente vir para o Sporting, que faliram o clube. Segunda-feira, tive uma reunião com a equipa técnica e aí estiveram presentes todos os membros da comissão executiva, e depois com os jogadores e staff. Com os jogadores, a conversa foi muito franca e aberta, falámos do resultado da Madeira, mas que tínhamos de esquecer a frustração. Tinha sido muito pesado para o Sporting e para os sportinguistas, mas tínhamos que nos focar no que é um troféu que ainda podemos conquistar. Perguntei se estavam imbuídos desse espírito, foi uma época desgastante e responderam que sim. Especificamente, fui perguntar a um atleta se tinha a noção do que era virar-se a um líder de uma claque. E ele respondeu que tinha o sangue quente. Disse-lhe que temos de ter atenção ao que fazemos. Falei com outro e perguntei ‘E tu?’. ‘Não, só fui ajudar’. Virei-me e, em véspera do ataque hediondo, disse aos jogadores, que se houvesse qualquer indício ou ameaça, que por favor transmitissem de imediato ao André ou a mim. Em momento algum, e tenho pena, me transmitiram que havia aquele encontro apalavrado para terça-feira. Eu, que fui tão franco e direto, podiam ter dito ‘Já que está a falar, nisso, atenção que está para amanhã...’. Mesmo não sabendo disso, disse que às 16h estaria lá, à hora do treino. Só não estive, e já ouvi teorias mirabolantes sobre André Geraldes, porque saem notícias do Chashball. Temos uma reputação, uma política de luta pela verdade desportiva e tudo o que é corrupção. Estivemos reunidos com o gabinete jurídico, porque era um claro ataque ao nosso bom-nome. Só por isso não estive na Academia. O que significa que, de repente, por um ato que desconhecia na totalidade, podia estar hoje, como os atletas, com pontos ou fraturas. Ia lá estar. Não tenho culpa das mentiras sucessivas do CM, que nos tira o foco do nosso trabalho. Ia lá estar.

14h53: Não fui à Madeira. Gosto de acompanhar as modalidades e havia competições a disputar. Era minha convicção que todos nós, depois do resultado de Alvalade contra o Benfica não ter sido positivo, que íamos à Madeira ganhar. Não ganhámos, não era expectável. Puseram hoje à noite um senhor qualquer a apontar o dedo a Bruno de Carvalho. O dono do tal BMW que deixaram entrar na Academia diz que o responsável é Bruno de Carvalho. Mas porquê? ‘Porque promete que vamos ser campeões’. É um aproveitamento tremendo daquele jornalista, foi manipulador daquele jornalista, foi uma resposta encomendada e sem sentido. A verdade é que me atinge na minha honra e dignidade. O carro entrou, saiu. A polícia tem as imagens, garantidamente que não foi a direção da SAD a dar autorização para entrar. Em cinco anos, nunca houve um episódio destes na Academia. Tínhamos uma folha limpa em atitudes de violência. Ficámos manchados por um ato hediondo, mas onde não existe qualquer tipo, e lamento que a comunicação social e alguns sportinguistas, com o apoio da malha cartilheira do Benfica, uma campanha atroz, que diz que sou o autor, primeiro direto, depois moral e agora novamente direto. Já se falou em prova, testemunhos. Eu sou pai, os atletas são para mim família. Posso criticar, é meu dever criticar e cumprimentar e parabenizar, mas são família para mim. Jamais em tempo algum deixava que fizessem mal à minha família. Fala-se muito das rescisões possíveis de jogadores, criou-se uma campanha de pânico para que fôssemos varridos do Sporting. Os nossos jogadores são muito profissionais, têm brio. Por vezes nos jogos, não dão tudo o que podem, mas isso acontece um pouco a todos nós na vida. Mas pedir rescisão por um ato que começa numa rixa, como um termo que acho que os jogadores não perceberam um impacto, a dimensão, mas que pelos vistos teve. Começa nos jogadores. O Rui Patrício tem tempo suficiente e respeito-o. Ele disse-me que fui o único presidente a pedir para deixar uma camisola no museu do Sporting. É um jogador importante do Sporting. Não pode, não deve, nos estacionamentos do Sporting, dirigir-se aos adeptos chamando-lhes nomes e dizendo que estavam pagos. Falo quando chegaram de Madrid.

14h47: Vamos falar do sucedido. Vou tentar ser o mais cuidadoso possível, estando 100% disponível para auxiliar a justiça. Foi um ato bárbaro, de vandalismo, de terrorismo. Conseguiram aproveitar-se de um homem abatido, que estava em estado de choque na Academia, que disse isso. Mas tentaram e conseguir colar na opinião pública, que o que disse é que era chato. Conseguiram manipular as palavras, tirá-las do contexto e desonrar um homem honrado, que é digno e merecedor de respeito, que tem os seus direitos enquanto ser humano e presidente do Sporting. Um ato hediondo, mas que tem o seu início. Fala-se, um jornal, que eu teria dado o aval a agressões, e que esse aval teria sido a 6 de abril. Aquilo que sabemos é que, na madeira, houve atletas do Sporting que, infelizmente, por impulsividade, pelo seu temperamento quente, não conseguiram aguentar aquilo que é a frustração. Cuidado, não sou um grande apologista, mas eu próprio sofri na papel contra o Paços de Ferreira, impropérios. Houve jogadores que não conseguiram aguentar. Confesso que os percebo, porque já passei por isso, é duro para pessoas de sangue quente, que se sentem injustiçadas. Têm de aguentar e aceitar. No final desse dia, disse que aceito os assobios. Acontece que nesse momento e no aeroporto, foram trocadas palavras com alguma gravidade com adeptos do Sporting. Todo o ato de intimidação, condenamos de forma veemente. Mas a verdade é que, sem o nosso conhecimento, foi dito, por um dos ex-líderes da Juventude Leonina, que iria na terça-feira falar com esses atletas que lhes chamaram nomes e que se viraram… Os atletas não têm culpa nenhum do que se passou na Academia, foi um ato criminoso, mas teve uma origem, e não foi a 6 de abril ou a 7 de abril, quando estava a um dia de saber se a minha filha mais nova sobrevivia. O que menos me importava era o que estava a ser vivido contra mim e atos de intimidação. Estava com a minha mulher a lutar pela vida da nossa filha, que agora tem um mês. Não sabíamos se nascia ou não.

14h41: Estamos num clima de terror, nós direção, não é o Sporting. Exatamente pelos interesses que estiveram sempre à espreita no Sporting, à espera do momento em que pudessem sair da hipocrisia, numa tentativa clara de voltar a tentar tomar o poder. Ricciardi, Rogério Alves… Estamos a falar de tudo o que o Sporting se conseguiu afastar em cinco anos, o que sempre orgulhou os sportinguistas. Ricciardi é um homem de muitas promessas. Quando se renovou com JJ, prometeu, e disse-lhe que teria de dizerem em frente da administração, 15 milhões ao Sporting, o que teríamos de fazer face ao contrato de Jesus. Estamos à espera até hoje. Ele jurou, disse que sempre cuidaria do Sporting. Mais uma vez, falhou, e tivemos de ser nós, direção e comissão executiva, a trabalhar e a resolver mais esse problema dentro do Sporting.

14h38: José Maria Ricciardi… As pessoas perguntam por que é que este homem está a pegar em pessoas que o apoiaram e fala deles. Têm que perceber que durante estes anos tive que aprender muito sobre a hipocrisia. É isso que dizem que os líderes têm de ter. Aprendi e fui sendo, a bem do Sporting. Sempre disse que era real que há uma parte do Sporting que nos recusa e recusará. Ricciardi é o estratega de tudo o que se está a passar. Com promessas nos corredores de milhões no Sporting, em conjunto com Álvaro Sobrinho. A verdade é que milhões, em cerca de cinco anos, só recebi 500 mil euros. Foi tudo fruto do trabalho destas pessoas que estão aqui. Já dizem que têm milhões para o Sporting. Por que Ricciardi mudou a sua posição e, com ele, tantos nossos apoiantes? Porque Ricciardi é um sobrevivente, um daqueles que vai passando pelos pingos de chuva, nem que tenha a família na cadeia. Ricciardi quis, com toda a força, assessurar que a sua nova empresa tratasse do empréstimo com o Montepio. Foi por nós estudada e recusada a proposta. A partir daí, Ricciardi entrou numa escala tremenda de campanha vergonhosa, que culmina com ‘Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença’.

14h32: Holdimo é um caso muito curioso da comunicação social portuguesa. Álvaro Sobrinho era dos mais mal-falados, e ainda é. Só parou nesta semana porque passei a ser eu. Pelo BESA, pelo congelamento das contas, por dúvidas… Neste momento, aparece quase como um herói nacional. Aquilo que diz, afinal, tem relevância para a comunicação social, para a vida do Sporting. Quero-vos dizer que não tivemos um relacionamento especial com a Holdimo. Dos 20 milhões que colocaram na altura de Godinho Lopes, a única coisa que fez foi um encontro de contas que faltaram, de cerca de 500 mil euros. De resto, há muito tempo que, para nós, enquanto comissão executiva da SAD, a Holdimo devia ter vendido a sua participação, porque não é uma marca ideal para dar nome e prestígio ao Sporting. Vocês próprios os disseram várias vezes. Quando fomos buscar Jesus, toda a gente dizia que era do dinheiro sujo do Álvaro Sobrino. A partir do momento em que vejo alguém defender em Holdimo, um acionista que devia ter vendido a sua parte há muito tempo, pelos constantes problemas que traz à marca do Sporting… Seria bom que Álvaro Sobrinho pagasse o que deve ao Sporting, ao clube. Era agradável, são cerca de 300 mil euros, que não paga há cerca de ano e meio.

14h29: Neste momento, perante o ataque mais vil, pessoal, indigno, que nos estão a fazer, não vejo afinal onde estão as pessoas que sabiam da capacidade de manipulação da comunicação social. Estão a deixar morrer o presidente que juraram, em várias AGs, que estariam aqui. Ainda há pouco tempo fizemos uma AG e muitos questionaram para quê. Sinto que foi importantíssima. Quero relembrar os sportinguistas que, há cerca de três meses, fizemos uma AG onde 25,1% nos podiam ter tirado daqui, havia uma demissão coletiva. Pusemo-nos nas mãos de 25,1% dos sportinguistas. Não é apego ao poder. Não tem nada a ver com isso. Ninguém que tem apego ao poder entrega-se às mãos dos associados depois das eleições mais concorridas de sempre. 90% disseram que queria esta forma, este estilo e esta gestão, que estariam sempre por detrás desta direção.

14h27: Estamos a ser alvos de bullying, terrorismo. Neste momento, a única coisa que falta é entrarnos por aqui, como naquele caso hediondo na Academia, um grupo de pessoas e arrancarem-nos partes do corpo. Já sofremos tanto nas mãos das Tvs, dos comentadores, dos sportinguistas que estão a ser levados numa teia de perceções. Está no momento. Digo para que fique claro, que vamos fazer um exercício que não queríamos fazer. Vamos tentar fazê-lo da forma mais responsável e cuidadosa. Tenho pena que a comunicação social, assim como alertei os sportinguistas, esteja a contribuir para atos de verdadeiro terrorismo.

14h25: Temos medido com toda a atenção as nossas palavras e ações nos últimos tempos. Não só porque há um jogo da Taça que tem de ser uma festa e que vai sê-lo, mas também porque há uma série de coisas a decorrer que exigem de nós o máximo de serenidade, de responsabilidade. Mas hoje chegou a um ponto inaceitável. Lembro que já disse que somos pais, filhos, maridos. Temos a nossa dignidade, honra, respeitabilidade. Esta campanha que se instalou chegou ao limite de hoje, na capa do Expresso, se dizer ‘Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença’. Temos capas com caricaturas, onde estou com uma matraca a dizer ‘Bruno deu aval a agressões’. Temos capaz que dizem que os jogadores consideram uma afronta eu ir à final. Outra capaz que diz que os jogadores não querem Bruno no Jamor. Outra capa que tentámos comprar mais atletas e que faltam duas demissões para o Bruno cair. Falha de segurança na Academia falta ataque, e mais, mais, mais. Isto tem que ter o seu limite. Já não é uma questão de processos, é um total desrespeito pelas regras basilares da democracia, pelos princípios e direitos humanos.

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