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América Latina Por La Noche: Anular fronteiras através da música

Banda Espírito Nativo apresenta o projecto América Latina Por La Noche, na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa.  

América Latina Por La Noche: Anular fronteiras através da música
Notícias ao Minuto

17:00 - 17/05/18 por Raquel Lima

Cultura Braço de Prata

Numa divisão do casarão do número 1 da Rua Fábrica de Material de Guerra, em Lisboa, está a amostra prática de que a música não se encerra dentro das fronteiras políticas do país em que foi criada. A Sala Visconti - uma das 12 que integra a Fábrica do Braço de Prata parece deixar de ter morada na cidade de Lisboa, nas noites de quinta-feira. O palco assumido pela banda Espírito Nativo é como que transposto para a Argentina, com o projeto cultural América Latina Por La Noche (América Latina à noite, em português).

Este anular de fronteiras ou “digressão sem viagens”, que arrancou em janeiro, propõe-se revelar vertentes menos conhecidas das músicas de países como a Colômbia, Venezuela, Cuba e Peru. Em maio, todas as quintas-feiras, a partir das 22h30, o destino proposto pelo guitarrista português Rui Meira e a cantora mexicanaJacqueline Mercado é a música das terras argentinas.

“O ciclo América Latina por la Noche surgiu de uma inquietação no grupo de mostrar os lados menos conhecidos, em Portugal, da música da América Latina. O género musical nacional argentino é a zamba (e não o tango)”, pontua Meira, revelando o subtítulo dos concertos de Maio: “A Argentina Não É Só Tango!”. Meira e Mercado convidam músicos do país anfitrião.

Os convidados desta vez são os argentinos Daniel Schvetz (piano), Raúl Pistone (ronroco) e Sebastian Scheriff (bombo legüero). Os três também tecem comentários sobre a  ligação entre a geografia argentina e os diferentes géneros musicais. O violinista Denys Stetsenko, que em fevereiro participou nos concertos sobre música venezuelana, está de volta, ao lado de Mercado (voz) e Meira, que também tocará charango.

“Os temas a apresentar fazem parte do reportório tradicional, que é muito vasto. O Espírito Nativo irá mostrar alguma dessa variedade, quer em géneros musicais quer em instrumentos, com temas de influência andina, mas também milongas”, adianta o guitarrista e investigador português. Entre as canções do alinhamento estão 'Los Hermanos', de Atahualpa Yupanqui e Chamamés, e 'Maria Va', interpretada por Mercedes Sosa.

Sem fronteiras

Formado em 2007, em Lisboa, o Espírito Nativo defende que a música da Argentina é um excelente exemplo de como géneros musicais são partilhados por ambos os lados das fronteiras.

O artista português destaca que o chamamé, como exemplo. “E um género musical que tem expressão na Argentina, no Paraguai e no Brasil, embora em cada um deles ganhe pequenas particularidades. O carnavalito é o huayno andino. A própria zamba, o género musical nacional argentino, tem raízes na zamacueca peruana. A música llanera espalha-se ao longo de toda a grande planície partilhada entre a Colômbia e a Venezuela”.

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