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Substituição de pessoas por máquinas levará a maior aposta na formação

A substituição de pessoas por máquinas nas operações rotineiras levará a uma maior aposta na formação, originando profissões "mais especializadas", considerou Cristóvão Morgado, orador convidado de uma conferência sobre os empregos no futuro, que decorre sexta-feira, no Porto.

Substituição de pessoas por máquinas levará a maior aposta na formação
Notícias ao Minuto

10:50 - 17/05/18 por Lusa

País Emprego

"Com o avanço da tecnologia, as operações mais rotineiras serão feitas por máquinas, o que não é de todo mau porque irá libertar as pessoas para fazerem outro tipo de tarefas, não tão restritivas", disse à Lusa Cristóvão Morgado, diretor do centro de competências Mobile da empresa desenvolvimento de 'software' IT Sector, a propósito da 4.ª edição da Porto Tech Hub Conference, que decorre na Alfândega do Porto.

A substituição dos humanos pelas máquinas nesse tipo de ações "obrigará as pessoas a apostarem mais na sua formação, a aprender as tecnologias, quer seja na ótica das engenharias ou do utilizador", tendo, assim, uma profissão "mais especializada", salientou.

Em consequência dessa substituição, frisou ainda, os humanos passarão a ser responsáveis pelas tarefas "execionais".

Este será um processo, "tal como aconteceu na Revolução Industrial", período no qual "as máquinas vieram facilitar a vida dos operários e criaram melhores condições de trabalho, automatizando muitas das coisas que ainda eram feitas à mão", disse.

De acordo com o diretor do centro de competências Mobile, o avanço da tecnologia levará a alterações em "todas as profissões", no entanto, "todas as pessoas vão ganhar com isso", porque passarão a ser "mais eficientes".

Questionado, Cristóvão Morgado indicou que uma das profissões que se extinguirá gradualmente é a de motorista de camiões pesados.

"Quantos milhões de camiões andam na estrada, todos os dias, a movimentar bens e mercadorias? Se os camiões forem automatizados, os motoristas poderão passar a ser os supervisores, sentados num escritório a ver se o seu camião está a fazer tudo bem, a monitorizar", esclareceu.

Segundo o responsável, no caso dos jornalistas, estes passarão a ser revisores. Atualmente, "já existem algoritmos que pegam em várias publicações e reescrevem a história de outra forma. Olham para factos e escrevem uma prosa. No futuro, o jornalista passará ser o revisor desses conteúdos".

O responsável considera, contudo, que em todas as profissões "que lidem com as pessoas e nas quais é necessário criar empatia" os humanos serão sempre necessários.

"Essas profissionais vão continuar a existir e vai haver cada vez mais a sua necessidade", acrescentou.

Defendendo que a conjunção entre robótica, a automação e os humanos "vai sempre existir", o diretor do centro de competências Mobile da empresa desenvolvimento de 'software' IT Sector acredita que essa substituição levará igualmente a "humanidade a evoluir no sentido de haver mais artistas".

O lado negativo desta evolução, na sua perspetiva, passa pelas desigualdades ao nível do crescimento tecnológico nos diferentes países.

"Há nações que não conseguem evoluir tecnologicamente e que têm o seu povo a ser os robôs, como acontece no Paquistão, na China, na Índia", indicou, notando que estas diferenças no avanço da tecnologia podem causar situações "cada vez piores, como distúrbios ou guerras".

A Porto Tech Hub Conference, iniciativa que contará com oradores de empresas tecnológicas nacionais e internacionais, é organizada pela Associação Porto Tech Hub, que resulta de uma iniciativa conjunta das empresas BLIP, Farfetch e CRITICAL Software, e tem como missão estimular o potencial tecnológico no Porto, ao nível de recursos humanos e condições para atrair e acolher empresas e talentos desse sector.

Nesta conferência, Cristóvão Morgado apresentará o "Building a Conversational Chatbot: Lessons Learned", um debate focado nos desafios da construção de um 'chatbot' e a relação destes com a programação e o código.

Um 'chatbot', explicou, é um programa de computador, inserido "em plataformas de 'chat' que leem o que os utilizadores escrevem, de forma a dar-lhes a informação que necessitam", com "as repostas automáticas a serem fornecidas ao utilizador com base no conteúdo da pergunta".

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