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Ministro da Ciência diz que quer levar conhecimento a todo o lado

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ciência Superior, Manuel Heitor, defendeu hoje que uma distribuição de estudantes por todo o país é uma forma de levar o conhecimento a todo o lado.

Ministro da Ciência diz que quer levar conhecimento a todo o lado
Notícias ao Minuto

12:38 - 16/05/18 por Lusa

País Manuel Heitor

"O despacho que fiz ontem para tentar garantir que mais estudantes sejam distribuídos por todo o país é um pequeno passo. Mas é também com muitos pequenos passos que podemos conseguir abrir o conhecimento a todos e densificar o conhecimento", afirmou Manuel Heitor quando discursava no Dia Nacional dos Cientistas, que este ano se assinalou em Leiria.

O ministro referia-se à redução de 1.100 vagas no acesso a nove instituições do ensino superior em Lisboa e no Porto, prevista num despacho do Governo, que já foi enviado para publicação em Diário da República.

Segundo Manuel Heitor, realizar o evento em Leiria é perceber como se pode "densificar o conhecimento, sabendo o papel crítico que os principais centros urbanos, nomeadamente Lisboa e Porto, desempenham".

No entanto, a "especialização desses centros de conhecimento depende também de um processo cada vez mais desafiante, mas necessário, de abrir o conhecimento e de densificar o território com mais conhecimento".

Evocando José Mariano Gago, cientista e ex-ministro da Ciência, que Manuel Heitor elogiou por diversas vezes no seu discurso, o governante concordou com a expressão de que a "ciência é um campo de batalha".

"A ideia de através da ciência desafiarmos todos, e da sociedade portuguesa, a perceber que o conhecimento é para todos e que, no avanço do conhecimento só alguns conseguem contribuir para ele, mas em que todos participam, é considerar, cada vez mais, a ciência como um campo de batalha, é perceber a necessidade daquilo que há 20 anos se falava, que era a densificação do conhecimento", sublinhou Manuel Heitor.

O governante acrescentou que as palavras usadas por Mariano Gago [campo de batalha] significam abrir o conhecimento, "qualificar, diversificar", mas também "especializar e interagir".

Estes vários elementos requerem, segundo o ministro, "a diversificação dos processos de ensino e de aprendizagem".

Mas, disse Manuel Heitor, essa "diversificação não pode ficar na generalidade e tem de ser feita com especialização", que "requer a interação entre as várias disciplinas, que nunca irão desaparecer, mas têm de criar mais pontes entre elas".

"Tudo isto implica investigar mais", desafiou.

Para Manuel Heitor, o "simbolismo do Dia Nacional dos Cientistas é mostrar que este é um esforço coletivo, um esforço para todos qual seja a nossa posição: temporariamente na vida política, diariamente nos laboratórios, nas escolas, em casa, com as famílias, a fazer arte, indústria ou a fazer-se cerâmica".

Já no próximo concurso nacional de acesso ao ensino superior haverá menos lugares à disposição dos alunos que pretendam entrar na Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade de Lisboa, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Politécnico do Porto, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, Escola Superior de Enfermagem do Porto e Escola Superior de Enfermagem.

A ideia de reduzir as vagas de acesso àquelas instituições já tinha sido anunciada em fevereiro pelo ministro, tendo levado à contestação por parte de alguns dos reitores e presidentes das instituições afetadas.

No documento que será agora publicado, o ministro justifica a medida tendo em conta a crescente concentração de vagas e de alunos nas zonas de Lisboa e Porto em detrimento das restantes regiões do país.

Entre 2001 e 2017, o número de vagas iniciais nas instituições de Lisboa e Porto aumentaram 31%, "tendo sido reduzidas 9% nas restantes instituições do país (redução de 2657 vagas)".

O despacho lembra que, no ano letivo de 2016/2017, 49% dos alunos do ensino superior frequentavam instituições em Lisboa ou no Porto.

Assim o Ministério define um corte de 5% de vagas em nove instituições no concurso de acesso ao ensino superior, mas permite a essas mesmas instituições a abertura de mais vagas nos cursos de pós-graduação e mestrados.

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