Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 21º

Esquizofrenia pode alterar o corpo humano, e não apenas a mente

Mas como?

Esquizofrenia pode alterar o corpo humano, e não apenas a mente
Notícias ao Minuto

15:00 - 14/05/18 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Enigma

A esquizofrenia é uma doença mental, que influencia o modo como a pessoa afetada pensa, sente e se comporta. Mas uma pesquisa recente aponta que outros órgãos, para além do cérebro, também se modificam com o despoletar daquela patologia.

Há muito que a comunidade científica sabe que quem sofre de esquizofrenia é também mais afetado por outros tipos de doenças, comparativamente à população geral, o que contribui para a ocorrência de morte prematura nestes indivíduos.

Os esquizofrénicos morrem, em média, entre 15 a 20 anos mais cedo relativamente às pessoas ditas ‘normais’.

Esta fragilidade física é geralmente vista como um efeito secundário da doença. Por exemplo a toma de drogas antipsicóticas, recomendadas para o tratamento, estão associadas a um maior risco de obesidade e ao aparecimento de diabetes de tipo 2.

O estilo de vida também tem sido levado em conta. Já que alguém com uma saúde mental debilitada está menos predisposto à prática de exercício físico e a manter uma dieta equilibrada.

Todavia, em anos recentes, os cientistas têm vindo a observar que os indivíduos recentemente diagnosticados com esquizofrenia e que ainda não estão a tomar medicação demonstram quase de imediato mudanças fisiológicas, tais como um sistema imunitário hiperativo.

Poderá ser verdade que a esquizofrenia se trata afinal de uma desordem que afeta todo o corpo humano?

O líder do estudo, o professor Toby Pillinger, no King’s College, em Londres, e uma equipa de cientistas, examinaram evidências de mudanças fisiológicas no organismo logo após o diagnóstico inicial de esquizofrenia, e compararam essas observações com alterações no cérebro no mesmo grupo de pacientes.

Recolheram dados de estudos múltiplos, examinando marcadores que apontassem por inflamação, níveis hormonais e fatores de risco de doenças coronárias, incluindo índices de glucose e de colesterol.

Fizeram ainda um levantamento de informações obtidas noutras pesquisas e que analisaram a estrutura cerebral, a presença de níveis de diferentes químicos no cérebro e de marcadores de atividade cerebral.

Apuraram, que quando comparando com a população geral, o estádio inicial da esquizofrenia está associado com alterações na estrutura do cérebro e do seu funcionamento. E concluíram também que numa primeira fase a esquizofrenia está conectada com várias mudanças físicas.

Os investigadores calcularam a magnitude dessas transformações utilizando um medidor estatístico, conhecido por ‘dimensão do efeito’.

“No inicio da ocorrência daquela patologia, observámos que não se registavam diferenças no medidor de ‘dimensão do efeito’ tendo em consideração o cérebro, comparando paradoxalmente com a ‘dimensão do efeito’ que se notou no corpo dos afligidos pela esquizofrenia, sugerindo que podemos estar afinal frente a frente com uma desordem que afeta o todo – mente e corpo – e que deve ser abordada e tratada como tal”, explicou Pillinger.

Três possíveis explicações

Neste momento os cientistas apontam três possíveis explicações para como a esquizofrenia poderá estar a afetar o bom funcionamento do organismo.

Primeiro, a disfunção que afeta o corpo humano pode provocar alterações no cérebro, levando ao desenvolvimento da esquizofrenia. Este processo teria que ser visto da mesma forma como certos tipos raros de cancro produzem anticorpos que atacam o cérebro e desencadeiam estados psicóticos.

Nesses casos, se o tumor é removido, esses surtos psicóticos acabam por diminuir.

Segundo, os sintomas de esquizofrenia podem resultar em múltiplas desordens físicas. Um exemplo disto é o stress causado pela psicoce, resultando em níveis exagerados da produção da hormona esteroide cortisol. Níveis altos de cortisol estão associados ao aumento de peso, à formação de diabetes e ao aumento da pressão arterial.

Terceiro, os sintomas de esquizofrenia e as desordens de caráter físico podem surgir através de diferentes mecanismos, mas a partir de um fator de risco em comum.

Por exemplo se uma mulher grávida passa fome tal aumenta as hipóteses dela própria e da criança desenvolverem diabetes e esquizofrenia na vida adulta.

O risco mais elevado de esquizofrenia pode dever-se ao desenvolvimento deficiente do cérebro da criança, e como resultado de uma má nutrição por parte da progenitora. E o aumento do risco de diabetes pode dever-se a mudanças na habilidade da criança em metabolizar a glucose, novamente devido à má nutrição da mãe.

Os investigadores prometem agora continuar com novos estudos e pesquisas que resolvam a questão.

Estima-se que no mundo inteiro 70 milhões de pessoas sofram de esquizofrenia. Em Portugal mais de 100 indivíduos são afetados por esta patologia.

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório