Libertado soldado israelita que abateu palestiniano a sangue frio
Elor Azaria foi condenado a 18 meses - e depois viu a pena ser reduzida - por assassinar a tiro um palestiniano ferido. Governo israelita congratula-se com saída da prisão do soldado.
© Reuters
Mundo Elor Azaria
Foi libertado o soldado israelita que, em março de 2016, matou a tiro um palestiniano ferido no chão. Elor Azaria, de 22 anos, foi condenado, em fevereiro de 2017, a uma pena de prisão de 18 meses pelo assassinato de Abdul Fatah al-Shari.
O crime gerou grande discussão em Israel, nos territórios palestinianos e um pouco por todo o mundo. Um vídeo captado pela organização de defesa dos direitos humanos B'Tselem mostra Elor Azaria a abater a sangue frio, com um tiro na cabeça, al-Sharif, um palestiniano que, segundo as autoridades de Israel, momentos antes tinha tentado esfaquear, em Hebron, na Cisjordânia ocupada, soldados israelitas.
No vídeo, que pode ver abaixo (alertamos, desde já, para a violência das imagens), é possível ver que o palestiniano está imobilizado no chão, depois de já ter sido baleado e neutralizado pelas autoridades israelitas. No entanto, Elor Azaria decidiu balear al-Sharif na cabeça.
Estas imagens tiveram grande impacto após milhares de partilhas nas redes sociais, gerando grandes críticas por parte da comunidade internacional à atuação do exército israelita nos territórios palestinianos ocupados.
O soldado israelita disse que abateu o palestiniano porque temia que este tivesse um colete de explosivos, um argumento que não convenceu o juiz. Foi condenado a 18 meses de prisão, uma pena considerada curta pela família de al-Sharif, que denuncia uma “execução a sangue frio”, inferior até às que são aplicadas “a crianças palestinianas que atiram pedras aos soldados”.
Em defesa de Elor Azaria saiu o governo israelita e parte da sociedade israelita, que defendeu a atuação do soldado. A sentença de 18 meses acabou por ser reduzida e, esta terça-feira, Azaria foi mesmo libertado, dois dias antes da data prevista. Os media israelitas dizem que a saída antecipada se deve ao casamento do irmão de Azaria.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que já tinha manifestado o seu apoio a Azaria, congratulou-se com a saída do soldado da prisão. “Fico contente que esta situação tenha chegado ao fim”, disse Netanyahu, citado pela Al Jazeera.
No mesmo sentido, o ministro da educação, Naftali Bennett, do partido Casa Judaica, mostrou a sua felicidade no Twitter. Já o ministro dos transportes, Israel Katz, pediu que o registo criminal de Azaria seja limpo.
אלאור, כמה טוב שבאת הביתה! pic.twitter.com/SUN1bFcYn4
— Naftali Bennett בנט (@naftalibennett) May 8, 2018
מברך על שחרורו של אלאור אזריה. הגיע העת שאלאור ישוב הבייתה אל משפחתו וחבריו.אני פונה לנשיא המדינה ראובן ריבלין, לפעול כעת למחיקת הרישום הפלילי של אלאור על מנת לאפשר לו להשתלב בחיים האזרחיים ולהמשיך את חייו בדרך ראויה. pic.twitter.com/Ig6oY2y9G8
— ישראל כץ Israel Katz (@Israel_katz) May 8, 2018
“É tão bom ter-te de volta a casa!, escreveu Bennett. “Apelo ao presidente Reuven Rivlin para agir agora e apagar o registo criminal de Elor, para que ele possa ser integrado na vida civil e prosseguir com a sua vida”, disse Katz.
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