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Gorilas são mais do que se pensava mas continuam ameaçados

Os chimpanzés e gorilas que habitam a África Ocidental poderão ser mais numerosos do que indicavam estimativas precedentes, mas continuam sob ameaça de extinção e a necessitar de medidas de proteção, indica hoje um estudo da revista Science Advances.

Gorilas são mais do que se pensava mas continuam ameaçados
Notícias ao Minuto

17:08 - 26/04/18 por Lusa

Mundo África Ocidental

Segundo a revista, com sede em Miami, Florida (EUA), o estudo adianta que, atualmente, estima-se que nas planícies e florestas da África Ocidental, sobretudo no oeste da África Equatorial, existam 362.000 gorilas, bem como uma população de 129.000 chimpanzés.

Anteriores estimativas davam conta de que o número de gorilas se situava entre 150.000 e 250.000 e o de chimpanzés entre 79.000 e 117.000.

Segundo Fiona Maisels, da Wildlife Conservation Society (WCS), coautora do estudo, 80% dos grandes símios vivem dentro de zonas protegidas, percentagem calculada com base numa projeção feita por um modelo matemático nas zonas ou não estão diretamente recenseados.

"Normalmente, cada parque nacional ou zona protegida faz uma estimativa desses animais", acrescentou, adiantando que o novo estudo engloba as zonas não protegidas que foram analisadas ao longo de 11 anos em 59 habitats em cinco países.

Os investigadores ficaram "satisfeitíssimos" com os dados, precisou Fiona Maisels, frisando, porém, que tal não implica que as duas espécies destes símios estão livres do perigo de extinção.

"O que nos inquieta é que a população de gorilas diminui anualmente à razão de 2,7%. A este ritmo, em três gerações, a população de gorilas terá caído 80% em relação ao número atual", avisou.

Só entre 2005 e 2013, desapareceram 19,4% dos gorilas da região, acrescentou.

"Outra inquietação passa pelo facto de a maioria dos gorilas e de chimpanzés não viver em zonas protegidas", disse Fiona Maisels, indicando que perto de 60% da população conhecida de gorilas e 43% da de chimpanzés se encontra no Congo-Brazzaville.

Apesar de ser ilegal matar gorilas, a caça furtiva continua a constituir a primeira ameaça à sua sobrevivência, à frente das doenças e da perda do habitat.

Para Fiona Maisels, são necessários "mais esforços" para lutar contra a "carnificina" destes símios, tanto nas zonas protegidas como nas não controladas, bem como uma melhoria na planificação de utilização dos solos, para que se possa preservar o habitat.

"Uma vez que os gorilas são mais numerosos e os chimpanzés mais ecologicamente resistentes ao inicialmente estimado (...) estamos mais animados e confiantes de que as políticas de proteção, sobretudo através de uma melhor gestão dos parques naturais e de práticas industriais responsáveis, possam pôr fim ao declínio" das duas espécies de símios, concluiu-se no estudo.

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