Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 19º

Reunião histórica intercoreana marcada por atos simbólicos de amizade

O líder norte-coreano vai atravessar a pé, na sexta-feira, a fronteira das duas Coreias e ao chegar ao Sul será recebido pelo Presidente sul-coreano para uma reunião histórica, marcada por simbolismos, afirmaram hoje fontes sul-coreanas.

Reunião histórica intercoreana marcada por atos simbólicos de amizade
Notícias ao Minuto

12:09 - 26/04/18 por Lusa

Mundo Diplomacia

Kim Jong-un e Moon Jae-in vão caminhar juntos cerca de 10 minutos, até uma praça onde vão passar em revista uma guarda de honra sul-coreana, afirmou o porta-voz da presidência sul-coreana, Im Jong-seok, em conferência de imprensa.

Im Jong-seok afirmou que os dois líderes vão tirar fotografias, juntos, na "Casa da Paz", local onde se realiza a reunião, na parte sul-coreana da zona desmilitarizada, na fronteira entre os dois países.

As reuniões formais vão começar às 10:30 (01:30 em Lisboa), seguindo-se depois um cerimónia em que vão plantar um pinheiro, de 1953, ano em que a guerra entre os dois países terminou, com terra tirada do solo das montanhas dos dois países e de água dos respetivos rios, explicou o porta-voz.

A árvore vai ter uma gravura de pedra ao lado, onde se poderá ver a seguinte frase: "Paz e prosperidade são plantadas", bem como as assinaturas dos líderes. As reuniões prosseguem depois à tarde e à noite vai ser realizado um banquete.

A reunião entre Kim Jong-un e Moon Jae-in vai estar repleta de simbolismo, pois é a primeira entre líderes coreanos em 11 anos, sendo que Kim Jong-un vai ser primeiro dirigente norte-coreano a pisar solo da Coreia do Sul desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).

As duas anteriores cimeiras intercoreanas, em 2000 e 2007, decorreram em Pyongyang.

Os principais temas a tratar na reunião serão a desnuclearização da península, a melhoria dos laços intercoreanos e a paz entre os dois países, tecnicamente em guerra desde o final do conflito, que terminou com um simples armistício.

"O mais complicado será perceber como os dois líderes vão chegar a acordo sobre as intenções de desnuclearização norte-coreanas e de que forma é que isso será firmado na prática", afirmou Im Jong-seok.

"O objetivo de Seul é que o documento assinado entre Kim Jong-un e Moon Jae-in, vá além dos acordos anteriores firmados [1992 e 2000] entre os dois países em relação à desnuclearização", argumentou o porta-voz sul-coreano.

No passado, o conceito de "desnuclearização da península" significava para Pyongyang também a retirada de 28.500 soldados norte-americanos estacionados na Coreia do Sul. Um conceito impensável para Washington.

O porta-voz sul-coreano disse estar confiante que o desfecho, desta vez, tenha "luz verde".

"Ao contrário do que aconteceu no passado, a delegação [da Coreia do Norte] inclui altos funcionários militares e diplomáticos", acrescentou.

A delegação norte-coreana terá nove altos funcionários, incluindo a irmã de Kim, Kim Yo-jong, que já havia sido delegada nos Jogos Olímpicos de Inverno, que decorreram em fevereiro no Sul e que desempenharam um papel importante no atual processo de apaziguamento entre os dois vizinhos.

Kim Yong-nam, o chefe de estado norte-coreano, também estará presente, entre outros militares de alta patente norte-coreanos.

"Nós não esperávamos isso, achamos que isso significa que a Coreia do Norte vê esta cimeira não apenas como uma reunião Norte-Sul, mas como uma cimeira com Washington", afirmou o porta-voz da Presidência sul-coreana.

A reunião dos líderes da península coreana vai anteceder o encontro histórico entre Kim e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto entre final de de maio e início de junho.

Não é claro que os líderes coreanos anunciem os resultados da cimeira de sexta-feira.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório