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Natalie Portman critica Netanyahu e é acusada de anti-semistismo

Atriz israelo-americana decidiu não comparecer numa cerimónia em que iria receber o chamado Nobel judaico. Disse não concordar com as políticas do governo de Benjamin Netanyahu, uma vez que muitas delas não vão ao encontro dos seus "valores judaicos". Governo israelita tem tecido fortes críticas e acusações à atriz.

Natalie Portman critica Netanyahu e é acusada de anti-semistismo
Notícias ao Minuto

17:00 - 22/04/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Israel

A atriz Natalie Portman está no centro de uma polémica depois de ter recusado receber o Prémio Génesis, considerado como o Nobel judaico. Na origem da decisão está a posição da atriz em não comparecer ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Na passada sexta-feira, a organização do Prémio Génesis anunciou o cancelamento da cerimónia, que este ano ia entregar um prémio de dois milhões de dólares.

Natalie Portman, nascida em Jerusalém e que tem nacionalidade  israelita e norte-americana, fez saber, inicialmente através de um representante, que “não se sentia confortável em participar num evento público em Israel” devido às políticas levadas a cabo pelo governo israelita. Em causa, poderá estar, sobretudo, uma referência à repressão existente nos territórios palestinianos às mãos das autoridades de Israel, visível nos confrontos das últimas semanas, na fronteira da Faixa de Gaza com Israel, que já causaram cerca de 40 mortos palestinianos.

Depois de divulgada esta nota, o governo israelita e o Likud, partido de Netanyahu, teceram fortes críticas e acusações à atriz, vencedora do Óscar de Melhor Atriz em 2010, com o filme ‘Cisne Negro’. O ministro israelita da energia, Yuval Steinitz,  citado pelo Haaretz, disse mesmo que a atitude de Portman assenta em anti-semitismo.  "Criticar Israel não é anti-semitismo. Boicotar Israel tem elementos de anti-semitismo", concretizou.

A atriz foi ainda acusada de pertencer ao movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções), um movimento à escala internacional que pretende denunciar a repressão dos palestinianos às mãos de Israel, tentando apelar à comunidade internacional para que esta boicote o estado judaico economicamente.

Por esse motivo, a atriz publicou um texto na sua conta de Instagram, em que garante não ser apoiante do movimento BDS – de que fazem parte outras figuras públicas, pessoas ligadas às artes ou ativistas -, o que não faz com que não possa ter uma postura crítica em relação ao governo israelita.

My decision not to attend the Genesis Prize ceremony has been mischaracterized by others. Let me speak for myself. I chose not to attend because I did not want to appear as endorsing Benjamin Netanyahu, who was to be giving a speech at the ceremony. By the same token, I am not part of the BDS movement and do not endorse it. Like many Israelis and Jews around the world, I can be critical of the leadership in Israel without wanting to boycott the entire nation. I treasure my Israeli friends and family, Israeli food, books, art, cinema, and dance. Israel was created exactly 70 years ago as a haven for refugees from the Holocaust. But the mistreatment of those suffering from today’s atrocities is simply not in line with my Jewish values. Because I care about Israel, I must stand up against violence, corruption, inequality, and abuse of power. Please do not take any words that do not come directly from me as my own. This experience has inspired me to support a number of charities in Israel. I will be announcing them soon, and I hope others will join me in supporting the great work they are doing.

Uma publicação partilhada por Natalie Portman (@natalieportman) a 20 de Abr, 2018 às 3:37 PDT

“Decidi não participar porque não queria parecer apoiante de Benjamin Netanyahu, que deveria discursar no evento. Do mesmo modo, também não faço parte do movimento BDS e não o apoio. Como muitos israelitas e judeus pelo mundo, posso ser crítica da liderança israelita sem, por isso, boicotar o conjunto do país", escreveu Natalie Portman.

“Israel foi criado há precisamente 70 anos como refúgio para os sobreviventes do Holocausto. Mas os maus-tratos aos que hoje sofrem atrocidades não estão de acordo com os meus valores judaicos”, acrescentou.

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