Natalie Portman critica Netanyahu e é acusada de anti-semistismo
Atriz israelo-americana decidiu não comparecer numa cerimónia em que iria receber o chamado Nobel judaico. Disse não concordar com as políticas do governo de Benjamin Netanyahu, uma vez que muitas delas não vão ao encontro dos seus "valores judaicos". Governo israelita tem tecido fortes críticas e acusações à atriz.
© Reuters
Mundo Israel
A atriz Natalie Portman está no centro de uma polémica depois de ter recusado receber o Prémio Génesis, considerado como o Nobel judaico. Na origem da decisão está a posição da atriz em não comparecer ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Na passada sexta-feira, a organização do Prémio Génesis anunciou o cancelamento da cerimónia, que este ano ia entregar um prémio de dois milhões de dólares.
Natalie Portman, nascida em Jerusalém e que tem nacionalidade israelita e norte-americana, fez saber, inicialmente através de um representante, que “não se sentia confortável em participar num evento público em Israel” devido às políticas levadas a cabo pelo governo israelita. Em causa, poderá estar, sobretudo, uma referência à repressão existente nos territórios palestinianos às mãos das autoridades de Israel, visível nos confrontos das últimas semanas, na fronteira da Faixa de Gaza com Israel, que já causaram cerca de 40 mortos palestinianos.
Depois de divulgada esta nota, o governo israelita e o Likud, partido de Netanyahu, teceram fortes críticas e acusações à atriz, vencedora do Óscar de Melhor Atriz em 2010, com o filme ‘Cisne Negro’. O ministro israelita da energia, Yuval Steinitz, citado pelo Haaretz, disse mesmo que a atitude de Portman assenta em anti-semitismo. "Criticar Israel não é anti-semitismo. Boicotar Israel tem elementos de anti-semitismo", concretizou.
A atriz foi ainda acusada de pertencer ao movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções), um movimento à escala internacional que pretende denunciar a repressão dos palestinianos às mãos de Israel, tentando apelar à comunidade internacional para que esta boicote o estado judaico economicamente.
Por esse motivo, a atriz publicou um texto na sua conta de Instagram, em que garante não ser apoiante do movimento BDS – de que fazem parte outras figuras públicas, pessoas ligadas às artes ou ativistas -, o que não faz com que não possa ter uma postura crítica em relação ao governo israelita.
“Decidi não participar porque não queria parecer apoiante de Benjamin Netanyahu, que deveria discursar no evento. Do mesmo modo, também não faço parte do movimento BDS e não o apoio. Como muitos israelitas e judeus pelo mundo, posso ser crítica da liderança israelita sem, por isso, boicotar o conjunto do país", escreveu Natalie Portman.
“Israel foi criado há precisamente 70 anos como refúgio para os sobreviventes do Holocausto. Mas os maus-tratos aos que hoje sofrem atrocidades não estão de acordo com os meus valores judaicos”, acrescentou.
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