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Papagaios de papel com combustível são nova arma de jovens palestinianos

Papagaios de papel com combustível são uma nova arma utilizada pelos jovens palestinianos que participam nos protestos em Gaza junto à fronteira para atingir os soldados israelitas, noticiou hoje a agência France-Presse.

Papagaios de papel com combustível são nova arma de jovens palestinianos
Notícias ao Minuto

13:13 - 20/04/18 por Lusa

Mundo Manifestação

Quando os palestinianos de Gaza se preparam para a quarta sexta-feira consecutiva de protesto compacto - as manifestações duram desde 30 de março -, Morad, um dos jovens, previa que dezenas de papagaios iriam elevar-se "em direção ao inimigo para desestabilizar e semear a confusão", citou a AFP.

Com papeis com as cores da bandeira palestiniana e garrafas de plástico, para encher com combustível, os jovens constroem os papagaios, que serão depois largados mais próximo da barreira de segurança e após se ter pegado fogo ao combustível.

Uma vez no ar, os papagaios são soltos do fio e os jovens observam-nos enquanto passam sobre a barreira de segurança que cerca o enclave de Gaza e caem em território israelita numa explosão.

Depois das pedras e dos cocktails Molotov, os "papagaios incendiários" são uma nova arma dos manifestantes e podem, segundo a AFP, tornar-se um dos emblemas da "marcha do retorno", protesto que reivindica o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948.

Também se pretende abalar o bloqueio que Israel impõe há mais de 10 anos ao território palestiniano para conter o movimento radical Hamas que dirige Gaza.

Desde 30 de março, dezenas de milhares de palestinianos concentraram-se a algumas centenas de metros da fronteira e os que se aproximam demais arriscam a vida com os tiros dos soldados israelitas.

O exército israelita lançou hoje panfletos sobre a faixa de Gaza apelando aos palestinianos para não se aproximarem da fronteira e não se deixarem manipular pelo Hamas.

Advertem que os militares estão "prontos para qualquer eventualidade".

Israel afirmou que impediria uma violação da fronteira a qualquer custo e os confrontos com os manifestantes já causaram 34 mortos e centenas de feridos palestinianos a tiro. Nenhum israelita ficou ferido.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização por Israel de balas reais.

O Parlamento Europeu exortou na quinta-feira Israel a "abster-se de qualquer recurso à força letal" contra os manifestantes palestinianos.

Os eurodeputados pediram também aos "líderes das manifestações na faixa de Gaza para se absterem de qualquer incitação à violência" e declaram-se preocupados com o "facto de o Hamas (que controla a faixa de Gaza) parecer ter por objetivo a escalada das tensões".

Organizadores dos protestos moveram na quinta-feira tendas de acampamentos dos manifestantes aproximando-as da barreira de segurança, aumentando o risco de uma escalada da violência.

Os organizadores das manifestações disseram que os acampamentos se irão aproximando da fronteira até à data final do protesto, a 15 de maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como a 'Nakba' (catástrofe).

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