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Damasco ainda pode lançar ataques químicos "reduzidos"

A Síria conserva capacidades militares químicas "residuais" e poderá ainda lançar ataques "reduzidos", após os bombardeamentos ocidentais do fim de semana passado, admitiu hoje um alto responsável do Pentágono, o general Kenneth McKenzie.

Damasco ainda pode lançar ataques químicos "reduzidos"
Notícias ao Minuto

20:34 - 19/04/18 por Lusa

Mundo Pentágono

"Eles conservam uma capacidade residual, que está provavelmente disseminada por todo o país, em diversos locais", declarou o general McKenzie, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, durante uma conferência de imprensa.

"Têm a capacidade de realizar ataques reduzidos no futuro -- não o excluirei -, mas se considerarem levar a cabo tais ataques, terão de proteger-se e terão de preocupar-se, porque nós estamos a vigiá-los e temos a capacidade para os bombardear novamente se necessário", acrescentou.

A 14 de abril, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido bombardearam três locais apontados como estando ligados ao programa de armamento químico sírio, sem causar vítimas, em retaliação a um ataque químico que fez pelo menos 40 mortos e 500 feridos a 07 de abril, na cidade de Douma, na periferia de Damasco.

Os ataques atingiram um "centro de investigação" no limite nordeste de Damasco e "armazéns" de armas químicas na província central de Homs.

O general McKenzie não pôde afirmar que os três locais albergavam mesmo armas químicas.

"As nossas conclusões são que os bombardeamentos atingiram os seus alvos, atingimos o grau de êxito desejado contra aqueles três alvos e pensamos que ali havia provavelmente cloro e talvez sarin, e talvez nos três locais", declarou.

"Como sabem, não temos acesso a essas instalações, por isso, é difícil ir lá e fazer uma análise pós-bombardeamentos. Isso vai, portanto, ser uma questão em aberto durante algum tempo", acrescentou.

As imagens divulgadas pelo Pentágono mostram que os três locais foram totalmente destruídos.

McKenzie disse ainda que o regime sírio tinha encontrado na sua forma de exercer o poder, inclusive com recurso a ataques químicos, uma espécie de "normalidade".

"Nós não estávamos a tentar alterar o equilíbrio estratégico com estes ataques. Estávamos a dar uma lição: é errado gasear mulheres e crianças", frisou.

O general ridicularizou também a alardeada eficácia dos sistemas de defesa aérea russos de Damasco que, assegurou, não alcançaram qualquer dos seus alvos durante os bombardeamentos dos Estados Unidos, França e Reino Unido à Síria.

"Os sistemas de defesa aérea sírios, que são totalmente de fabrico russo -- concebidos pela Rússia e com manutenção russa -- intervieram amplamente e fracassaram de maneira integral", sustentou McKenzie na conferência de imprensa.

Além disso, de acordo com o militar norte-americano, as forças leais ao Governo do Presidente Bashar al-Assad reagiram de forma "confusa e caótica" ao lançamento dos 105 mísseis por parte das tropas aliadas.

"De facto, não tinham uma imagem clara do que se estava a passar", comentou.

Com estas palavras, Washington insiste em rejeitar as afirmações proferidas em Damasco que, tal como garantiu o próprio Assad a 15 de abril, um dia após os bombardeamentos ocidentais, apontam para que as forças locais tenham derrubado cerca de 70 mísseis lançados no âmbito do ataque aliado.

McKenzie sublinhou que, apesar da presença de tropas russas na Síria, onde oficialmente permanecem para combater o terrorismo islâmico juntamente com as forças de Assad, o Kremlin decidiu não "intervir" durante a ofensiva, apesar de os seus sistemas de defesa estarem "ativos e a vigiar" os céus.

Questionada sobre se, perante o aparente fracasso dos sistemas de defesa antiaérea russos, a Turquia cometeu um erro em setembro ao assinar um acordo com o Kremlin para a compra de sistemas de mísseis antibalísticos S-400, a porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, Dana White, limitou-se a dizer que Ancara é que deve "decidir o que é melhor para os seus interesses".

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