Sírio não sai há mais de um mês de aeroporto da Malásia
O homem foi expulso dos Emirados Árabes Unidos devido ao conflito na Síria. Tentou viajar para o Equador e para o Camboja mas não conseguiu. Está preso no aeroporto de Kuala Lumpur há mais de um mês e já não sabe como lidar com a situação.
© Hassan al-Kontar
Mundo Conflito
Para além da morte e da destruição provocada por um conflito que se perpetua, a guerra na Síria afeta muitas mais pessoas. Algumas das quais de cidadãos que vivem fora do país onde nasceram há já alguns anos. A história de Hassan al-Kontar é a de uma dessas vidas que não conseguem escapar ao conflito na Síria, mesmo a milhares de quilómetros de distância.
Este homem está preso no aeroporto internacional de Kuala Lumpur há mais de um mês e admitiu há BBC que já “perdeu a conta” ao número de dias que passou neste limbo.
“Estou desesperado por ajuda. Não consigo viver mais neste aeroporto, a incerteza está a enlouquecer-me. Parece que a minha vida atingiu um novo ponto baixo”, contou Hassan, que acrescenta que não consegue tomar um banho em condições e que já não tem mais roupas lavadas consigo.
A provação de Hassan al-Kontar começou quando este perdeu o seu visto para trabalhar nos Emirados Árabes Unidos em 2016. Teve de sair daquele país e foi deportado para a Malásia, “um dos poucos países que oferece vistos à chegada a sírios com eu”.
O visto tinha a duração de três meses, tempo que Hassan achou que daria para encontrar uma solução.
Decidiu viajar para o Equador. Poupou dinheiro e comprou um bilhete de ida, mas não recebeu autorização para fazer a viagem.
Excedeu os três meses de visto e teve de pagar uma multa por isso. Foi colocado numa lista negra da Malásia e deixou de ter possibilidade de sair do aeroporto.
Tentou viajar para o Camboja. Desta vez conseguiu viajar mas foi proibido de entrar no país pelas autoridades cambojanas.
Regressou ao aeroporto de Kuala Lumpur no dia 7 de março e desde então não voltou a sair de lá. “Não sei o que fazer. Não tenho ninguém que me aconselhe para onde ir. Preciso realmente de ajuda porque acredito que o pior está por vir”, disse Hassan.
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