A pequena Asifa Bano, de oito anos, foi assassinada na zona indiana de Caxemira depois de ter sido torturada e violada. O caso tem gerado enorme indignação um pouco por todo o mundo, mas, na região disputada pela Índia e Paquistão, o debate está mais centrado na religião do que neste crime.
O corpo de Asifa Bano, que pertence a uma tribo nómada muçulmana, foi encontrado no passado dia 17 de janeiro, numa floresta. Oito pessoas, entre elas quatro polícias, foram detidas pelo alegado envolvimento no crime. Todas pertenciam a uma comunidade hindu que tem estado envolvida na disputa de território com os nómadas muçulmanos.
Na sequência destas detenções, sucederam-se manifestações de grupos hindus de extrema-direita, que gritaram palavras de ordem contra os muçulmanos.
Além disso, os manifestantes tentaram mesmo entrar no tribunal para exigir a libertação dos oito detidos.
Enquanto permanece e aumenta o conflito religioso, ativistas que denunciam o assassinato da criança vão organizando ações de protesto para chamar a atenção para um dos maiores flagelos da Índia e do Paquistão – a violação e assassinato de mulheres, em muitos casos, como o de Asifa, de crianças.