Confrontos na República Centro-Africana provocam mais 17 mortos
Um cortejo de habitantes de um bairro muçulmano de Bangui depôs hoje defronte do quartel-general da Minusca, missão da ONU na República Centro-Africana (RCA), os corpos de 17 pessoas mortas terça-feira em atos de violência.
© Reuters
Mundo Bangui
"Ontem [terça-feira], mataram muitas pessoas. Trouxemos os mortos para aqui para os mostrar", explicou à agência noticiosa France-Presse (AFP) um dos moradores, mostrando os corpos envoltos em lençóis brancos à frente da sede da Minusca, em redor da qual se colocaram, paralelamente, vários veículos militares da missão da ONU.
Na terça-feira ocorreram confrontos entre "capacetes azuis" da Minusca, apoiados por soldados do exército centro-africano, e milícias do autoproclamado grupo "autodefesa" no bairro muçulmano de PK5, na capital, em que morreu um militar da Minusca e oito outros ficaram feridos.
Os confrontos provocaram também 46 feridos.
"O Presidente Touadéra, quando estava em campanha [eleitoral], prometeu-nos que não tocaria num só cabelo de um muçulmano se votássemos nele. Foi o que fizemos. Este é o resultado", lamentou outro dos membros do cortejo.
Há vários meses que o bairro PK5 de Bangui, onde reside a maioria dos muçulmanos na capital, é palco de confrontos violentos.
No início deste ano, os comerciantes pararam de pagar a proteção às milícias armadas para protestar contra os atos de violência por elas cometidas, começando, então, os atos de represália, perseguição e intimidação.
No domingo, a Minusca e o exército centro-africano lançaram uma operação conjunta militar para desmantelar os grupos armados.
A operação, em que morreu um número ainda por determinar de pessoas e cerca de seis dezenas ficaram feridas, continua em curso.
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