Zimbabué convida observadores ocidentais para primeiras eleições
O Governo do Zimbabué anunciou hoje ter convidado observadores ocidentais, incluindo missões da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos, para fiscalizarem, em julho, as primeiras eleições gerais desde o fim do regime do ex-Presidente Robert Mugabe.
© Reuters
Mundo Emmerson Mnangagwa
Mugabe, 94 anos, que foi obrigado a deixar o poder em novembro de 2017 pelo seu próprio partido - União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica (ZANU-PF) -, apoiado pelo Exército, proibira a entrada de observadores internacionais no país desde 2002.
"O Governo decidiu voltar a relacionar-se com o Ocidente", afirmou Joey Bimha, alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros zimbabueano, citado pelo diário local "Herald".
Segundo uma lista governamental, a que a agência noticiosa espanhola EFE teve acesso, 46 países e 15 blocos regionais e continentais já receberam autorização do novo Presidente zimbabueano, Emmerson Mnangagwa, defensor da normalização de relações com o mundo ocidental.
Entre outros, figuram na lista organizações e países como a UE, Commonwealth (Comunidade Britânica), Estados Unidos, Canadá e Austrália, todos muito críticos do antigo ditador.
"O Governo nada tem a esconder, pelo que convidamos todo o mundo, mesmo aqueles países que ainda mantêm sanções contra nós", sublinhou Bimha.
A UE e os Estados Unidos impuseram sanções e proibições de viagem em 2001 e 2002, decisão tomada como resposta às supostas violações dos direitos humanos e à fraude eleitoral cometidas por Mugabe e seus aliados.
Bruxelas já suspendeu a maioria das sanções, mantendo apenas um embargo económico a Mugabe e à mulher, Grace, bem como uma empresa zimbabueana ligada a armamento.
Os Estados Unidos, por seu lado, garantiram que irão manter as sanções contra vários empresários e indivíduos vinculados à ZANU-PF até que considerem que foram realizadas reformas democráticas duradouras no país africano.
Mnangagwa, 75 anos, tem recebido elogios dentro e fora do Zimbabué pelo liderar o movimento que levou ao derrube de Mugabe, que presidiu o país com "mão de ferro" durante 37 anos.
Nas eleições gerais -- presidenciais e legislativas -- de julho próximo, Mnangagwa vai defrontar o novo líder da oposição chefiada pelo Movimento para as Mudanças Democráticas (MDC), Nelson Chamisa, 40 anos, popular entre os votantes jovens, que congrega 60% do eleitorado.
Chamisa foi o escolhido para suceder a Morgan Tsvangirai, o "eterno líder" da oposição que faleceu a 14 de fevereiro deste ano, vítima de doença prolongada.
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