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PT reúne as tropas para reforçar apoio a candidatura de Lula da Silva

Vozes dentro do Partido dos Trabalhadores não gostaram que Lula da Silva tivesse permanecido, depois de findado o prazo dado por Sérgio Moro, no Sindicato dos Metalúrgicos. Partido não tem, até ao momento, plano alternativo e continua empenhado na candidatura de Lula às presidenciais.

PT reúne as tropas para reforçar apoio a candidatura de Lula da Silva
Notícias ao Minuto

12:30 - 09/04/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Brasil

Depois de dias intensos que culminaram na prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores (PT) começa a pensar na estratégia para as eleições presidenciais marcadas para outubro deste ano. Esta segunda-feira, o partido reúne-se em Curitiba e desse encontro deverá sair não só um novo voto de apoio ao ex-presidente mas também mais detalhes relativamente às presidenciais.

Em primeiro lugar nas sondagens, Lula da Silva e o seu PT mantêm a ambição de que o nome do histórico líder possa surgir nos boletins de voto. Tal possibilidade parece cada vez mais longínqua, mas não ser impossível. Apesar de já estar a cumprir os 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o caso ainda decorre na justiça e Lula ainda tem várias possibilidades de recurso. A lei da ficha limpa – que impede candidaturas de cidadãos condenados em segunda instância -, no entanto, torna o cenário bem complicado para o ex-presidente.

No entanto, escreve a Folha de São Paulo esta segunda-feira, o PT não desiste da candidatura de Lula e não há, para já, um plano alternativo. De acordo com o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, o partido reúne-se esta segunda-feira para mobilizar e articular o apoio ao ex-presidente, uma estratégia que deverá ser intensificada até quarta-feira, data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) reúne novamente. A intenção do PT é que Lula consiga, a partir da prisão, coordenar a estratégia do partido para as presidenciais. 

Esta linha de pensamento, contudo, não é consensual dentro do partido e, diz o mesmo jornal brasileiro, há vários dirigentes do PT, ex-ministros inclusive, que ficaram bastante desconfortáveis com a resistência de Lula da Silva no Sindicato dos Metalúrgicos. Nesse sentido, é expectável que as divisões se possam acentuar nos próximos tempos, o que poderá condicionar a estratégia do partido para as presidenciais. 

Enquanto o PT tenta recompor-se e delimitar uma estratégia, aumenta a pressão à esquerda para que haja uma candidatura conjunta às presidenciais de forma a impedir que Jair Bolsonaro, de extrema-direita, segundo colocado nas sondagens, consiga sair vencedor.

Mas, apesar do apoio de toda a esquerda brasileira a Lula, juntar os partidos numa candidatura parece fora de questão. O Partido Comunista do Brasil e o PSOL, para já, defendem apenas uma união em torno da defesa de Lula e do estado democrático no Brasil, unindo forças para atacar o envolvimento da justiça na política e o crescimento da influência dos militares no país. No que toca a uma candidatura conjunta, cada partido deverá avançar por si.

Lula da Silva está preso desde o passado sábado, quando se entregou às autoridades, cumprindo o mandado de detenção determinado pelo juiz federal Sérgio Moro que, menos de um dia depois de rejeitado o habeas corpus do ex-presidente, deu um prazo para Lula se entregar à justiça. O ex-presidente não o fez e manteve-se na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde começou a sua vida política, rodeado de milhares de apoiantes.

No dia seguinte, sábado, participou numa missa em homenagem à sua mulher Marisa Letícia, que morreu em 2017. Depois de momentos de tensão entre os apoiantes e a polícia, Lula acabou por se entregar à justiça e está, desde então, em Curitiba, na Superintendência da Polícia Federal.

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