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Autor de atropelamento em Munster deixa carta a culpar pais e amigos

O autor do atropelamento mortal do sábado na Alemanha deixou uma carta na qual culpa os pais pelos problemas psicológicos e dá conta da sua mania da perseguição e de instintos suicidas, escreve hoje o jornal 'Bild'.

Autor de atropelamento em Munster deixa carta a culpar pais e amigos
Notícias ao Minuto

10:49 - 09/04/18 por Lusa

Mundo Alemanha

O documento, com 92 páginas, mostra "as palavras de um chorão que se converteu num assassino", escreve o jornal sobre o homem que atropelou com um autocarro a grande velocidade numa esplanada em Munster, matou duas pessoas e feriu cerca de 20, e de seguida suicidou-se com um tiro na cabeça.

O texto explica que o homem quis suicidar-se pela primeira vez com sete anos e que desde pequeno teve episódios violentos, pelos quais responsabiliza diretamente os seus pais, que o ignoraram e maltrataram desde o seu nascimento, para além de o insultarem, chamando-lhe doente mental.

Isto, argumenta, originou uma série de problemas de comportamento, entre os quais a impotência sexual, que o impediu de manter relações sexuais e de ter "sentimentos normais pelas mulheres", levando-o a ter medo de ser visto como homossexual.

Jens R. reparte também as culpas pelo seu círculo de amigos, que acredita que o espiavam, pelos clientes que não lhe pagaram os trabalhos de desenhador e pelos médicos, por uma operação às costas que deixou sequelas permanentes.

A polícia alemã disse no domingo que uma mulher de 51 anos e um homem de 65 anos são as duas vítimas mortais do atropelamento de sábado em Münster, oeste da Alemanha, feito por um homem com problemas psiquiátricos.

Num comunicado conjunto da polícia e da Procuradoria-Geral alemã, confirma-se também que o autor do atropelamento, que se suicidou após o ataque, é um homem alemão de 48 anos, que vivia em Münster.

Um atropelamento que fez dois mortos e 20 feridos na cidade de Münster causou o pânico na Alemanha, que reviveu o medo de um atentado 'jihadista' até o condutor ser identificado como alguém com problemas psiquiátricos.

O condutor da carrinha que protagonizou o atropelamento e, em seguida, se suicidou com um tiro no interior do veículo "é um cidadão alemão, e não um refugiado ou algo parecido", acrescentou o governante, para afastar rumores e especulações.

O atropelamento ocorreu pelas 15:30 locais (14:30 em Lisboa), no centro histórico da cidade, uma zona de ruas estreitas e muito concorridas, e num sábado com temperaturas quase estivais, pelo que cafés e cervejarias tinham montado as suas esplanadas no exterior.

Como relataram testemunhas à imprensa local, a carrinha avançou a grande velocidade e embateu contra um grupo de pessoas sentadas numa esplanada.

Pouco depois, um porta-voz da polícia da Renânia do Norte-Vestefália anunciou três mortos e 20 feridos, seis dos quais em estado grave, baixando depois o balanço do atropelamento para duas vítimas mortais.

A Clínica Universitária de Münster, para onde foram transportados os feridos, recorreu às redes sociais para pedir doações de sangue para poder tratá-los, formando-se, logo em seguida, uma longa fila de pessoas dispostas a contribuir.

As forças de segurança evacuaram a zona e pediram à população para evitar o centro da cidade, por forma a facilitar a investigação, enquanto estabeleciam um amplo perímetro de segurança em torno do local do incidente.

Segundo o porta-voz da polícia, os especialistas estavam também a investigar um objeto suspeito encontrado na carrinha, por poder tratar-se de material explosivo.

As primeiras imagens do local do atropelamento mostravam a carrinha amolgada contra um edifício e rodeada de mesas e cadeiras de esplanada partidas.

De acordo com informações coincidentes dos principais órgãos de comunicação alemães, o autor do atropelamento é Jens R., um homem de 48 anos com problemas psiquiátricos e que tinha tentado anteriormente suicidar-se.

Vivia há vários anos em Münster, situando-se a sua casa a menos de dois quilómetros do local do incidente e era conhecido da polícia por delitos menores.

Em comunicado, a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou a sua consternação pelo atropelamento e garantiu que se fará "tudo quanto for possível para esclarecer o ocorrido e para prestar assistência às vítimas e seus familiares".

Também o Presidente alemão, Franck Walter Steinmeier, expressou pesar pelos acontecimentos, tal como vários membros da equipa governamental de Merkel.

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