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Catalunha: Independentistas celebram decisão da justiça alemã

Carles Puigdemont vai aguardar em liberdade a decisão sobre o processo de extradição para Espanha, com a garantia de que foi descartado o crime de rebelião. As reações à decisão do tribunal Schelewig-Holstein sucedem-se: independentistas festejam, soberanistas aceitam a decisão da justiça alemã mas continuam a realçar as contas que ex-presidente tem de prestar à justiça espanhola.

Catalunha: Independentistas celebram decisão da justiça alemã
Notícias ao Minuto

19:36 - 05/04/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Reação

Carles Puigdemont vai ficar em liberdade na Alemanha enquanto aguarda o fim do processo de extradição. No entanto, esta quinta-feira, o ex-líder da Generalitat ficou com motivos para sorrir: sabe que não será extraditado por rebelião e que, mediante o pagamento da fiança de 75 mil euros, poderá sair das instalações prisionais em que se encontra.

Assim que foi conhecida a decisão do tribunal de Schelewig-Holstein, começaram a suceder-se as reações dos partidos políticos catalães, sobretudo no Twitter, rede social muito utilizado pelas figuras políticas da Catalunha.

Como seria expectável, os independentistas congratulam-se com a decisão da justiça alemã, ao passo que os soberanistas, mais resignados, começam a digerir uma pequena derrota.

É o caso de Xavier García Albiol, líder do Partido Popular da Catalunha (PPC), que apesar de expressar o seu respeito pela justiça alemã, não deixa de demonstrar o seu desânimo.

“Respeitando as decisões da justiça alemã, só posso dizer que faz falta viver aqui [na Catalunha], especialmente nos municípios pequenos ou intermédios, para perceber o que está a acontecer de verdade, na Catalunha”, escreveu Albiol.

O governo espanhol não se quis alongar na reação uma vez que “desconhece os termos em que se pronunciou o tribunal alemão” e está convencido de que a justiça espanhola “adotará as medidas mais adequadas”.

O Ciudadanos, através do seu porta-voz no parlamento, Carlos Carrizosa, disse que os políticos "não podem ficar impunes". "Os democratas sempre respeitaram as leis e decisões dos tribunais e dos juízes dos países democráticos. Puigdemont fugiu da justiça espanhola e continua a ser acusado de graves delitos por prejudicar o Estado e a Constituição Espanhola. Os políticos não podem ficar impunes"

Por seu turno, o líder do Partido Socialista da Catalunha (PSC), Miguel Iceta, disse "respeitar as decisões judiciais". "Houve a decisão de um julgamento na Alemanha e parece-nos muito bem, como nos parecem bem as decisões tomadas pela justiça espanhola"

Apesar de se opor à independência da região, o líder do Catalunha em Comum, ligado ao Podemos, Xavier Domènech, ficou contente pela “boa notícia” e aproveitou para lançar farpas à justiça espanhola, ao PP e ao Ciudadanos.

“É uma boa notícia que a justiça alemã desmonte toda a intenção de causa geral por rebelião. Isto deixa o Tribunal Supremo, o PP e o Ciudadanos, que têm alimentado a judicialização da política, numa posição insustentável”, disse Domènech.

Do lado dos independentistas, CUP, ERC e PDECat  demonstraram o seu entusiasmo com a decisão.

A CUP pede mesmo a investidura de Puigdemont como presidente da Generalitat, considerando a “libertação de Puigdemont na Alemanha uma vitória republicana”, como escreveu o deputado Carlos Riera.

A ERC, pela voz de Sergi Sabrià, falou num “revés para a injustiça espanhola”. “Nunca houve violência e hoje a justiça alemã também o disse. O delito de rebelião é inexistente. Estamos muito contentes por Carles Puigdemont ficar em liberdade”.

Já a coordenadora geral do PDECat, que faz parte do Juntos pela Catalunha (JxCat), que Puigdemont lidera, salienta que a justiça alemã “vê com clareza a desproporção e irracionalidade” os delitos de que estão acusados os políticos independentistas catalães.

Ainda dentro do JxCat, o vice-presidente do parlamento catalão, Josep Costa, diz que se “fez justiça na Alemanha” e aproveitou para deixar um “agradecimento às pessoas que contribuíram para o fundo que permitirá pagar a fiança do presidente”.

Por seu lado, o presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, congratulou-se com a decisão da justiça alemã e voltou a manifestar que nunca houve qualquer crime de rebelião. "Uma boa notícia, presidente Carles Puigdemont. Sempre o dissemos: nunca houve violência. O delito de rebelião é completamente infundado. Há que acabar com esta perseguição política com base num caso completamente falso"

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