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Catalunha: Se as eleições fossem hoje, independentistas perdiam maioria

Sondagem divulgada esta segunda-feira revela que intenções de voto nos partidos que defendem a independência da Catalunha estão em queda. Caso quisessem manter a maioria e formar governo, soberanistas teriam de dialogar com partidos constitucionalistas.

Catalunha: Se as eleições fossem hoje, independentistas perdiam maioria
Notícias ao Minuto

23:46 - 02/04/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Sondagens

A Catalunha continua sem governo e, se não for encontrada uma solução até 22 de maio, a região terá de ir novamente às urnas. Se o ato eleitoral fosse hoje, o bloco independentista – Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), Juntos pela Catalunha (JxCat) e Candidatura de Unidade Popular (CUP) – perderia a maioria que detém no parlamento catalão.

Quem o diz é a sondagem da NC Report para o jornal La Razón. De acordo com a análise das intenções de voto, os partidos que defendem a independência da Catalunha estão em queda – à exceção da CUP – e os partidos constitucionalistas estão a subir.

Caso as eleições fossem hoje, o Ciudadanos seria o partido mais votado, com 25,7%, mais 0,3% do que o resultado das eleições de 21 de dezembro. Com este resultado, o partido de Inés Arrimadas conseguiria 38 deputados, mais dois do que os que tem atualmente.

Logo de seguida, surge a ERC (21%), que desta feita ultrapassa o JxCat (19,4%). Os dois partidos conseguiriam eleger, segundo as intenções de voto, 31 e 32 deputados respetivamente. Nas últimas eleições, o partido de Carles Puigdemont conseguiu ultrapassar o de Oriol Junqueras, uma tendência que agora se inverte. A CUP sobe 0,3% nas intenções de voto (fica com 4,5%) mas não vai além dos atuais quatro deputados. Contas feitas, os independentistas conseguem 67 votos, ou seja, perdem três comparativamente ao quadro atual e ficam a um voto da maioria.

Em sentido inverso, os partidos constitucionalistas, à esquerda e à direita, sobem. O Partido Socialista da Catalunha (PSC) sobe 1% e fica nos 14,9%, com 18 deputados, roubando um deputado ao En Comú-Podem, o braço do Podemos na Catalunha, que se fica pelos 7% dos votos e com sete deputados eleitos. O Partido Popular (PP) elege mais um deputado – com 4,50% das intenções de voto, mais 0,3% do que há três meses, obtém cinco deputados.

Neste cenário, se os partidos independentistas quisessem formar governo teriam de conversar com partidos constitucionalistas, que se opõem à independência catalã, como o PSC ou o En Comú-Podem, apesar de este cenário, atualmente, não parecer muito provável.

Nas últimas eleições regionais, recorde-se, o Ciudadanos foi o partido mais votado mas conseguiu apoio suficiente para formar governo, tarefa que cabe aos partidos soberanistas que têm 70 deputados no parlamento catalão. Desde essa altura que os três partidos têm tentado eleger como presidente Carles Puigdemont, o que não foi possível tendo em conta as acusações que pendem sob o ex-líder da Generalitat. Descartada esta hipótese, fracassaram também as investiduras de Jordi Sànchez e de Jordi Turull.

A Catalunha vive um impasse político, tendo a sua autonomia suspensa devido à aplicação do artigo 155 da constituição espanhola. Nesse sentido, Madrid detém o controlo das instituições catalães e o prazo para a formação de um novo governo começa a escassear.

Entretanto, aguarda-se com expectativa a decisão da justiça alemã em extraditar ou não de Carles Puigdemont, detido na Alemanha desde 25 de março. O ex-líder catalão está acusado, em Espanha, de rebelião, sedição e desvio de dinheiros públicos para realizar um referendo ilegal segundo a constituição espanhola e, caso seja extraditado, poderá enfrentar uma pena de 30 anos de prisão.

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