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Brexit: Otimismo de May ameaçado por Bruxelas e por próprio partido

A primeira-ministra Theresa May chega a 365 dias do Brexit animada por uma nova dinâmica nas negociações com a União Europeia, mas pela frente continua a ter antagonismo não só de Bruxelas, mas também do próprio partido.

Brexit: Otimismo de May ameaçado por Bruxelas e por próprio partido
Notícias ao Minuto

09:01 - 29/03/18 por Lusa

Mundo Reino Unido

Um ano a partir da saída do Reino Unido da União Europeia, prevista para 29 de março de 2019, as discussões sobre o processo de saída ordenada estão ainda por fechar.

Londres e Bruxelas chegaram em dezembro a um acordo preliminar sobre as três questões principais: os direitos dos cidadãos europeus, o custo do ?divórcio' e a fronteira entre a região britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

No que diz respeito aos mais de três milhões de europeus que vivem no Reino Unido, incluindo cerca de 400 mil portugueses, e dos mais de um milhão de expatriados britânicos na UE, dos quais 40 mil em Portugal, os direitos serão protegidos através do estatuto de residente.

O Reino Unido concordou também em continuar a contribuir para o orçamento da UE até 2020 e a honrar "todos os compromissos assumidos", que poderá corresponder a pagar entre 40 a 45 mil milhões de euros.

Esta proposta assume que um "período de implementação", uma etapa de dois anos após o Brexit em que as relações entre Reino Unido e UE ficam inalteradas para evitar uma mudança violenta e profunda nas regras aplicadas tanto a cidadãos como a empresas.

O período de transição foi aprovado pelos 27 no final de janeiro, mantendo a livre circulação de bens, serviços e pessoas até ao final de 2020, mas sem que o governo britânico tenha influência nas decisões do UE.

Este entendimento abriu caminho ao início das próximas discussões sobre a relação futura entre as duas partes, nomeadamente um acordo comercial, mas abriu divisões no partido Conservador da primeira-ministra Theresa May.

A falta de voz nas políticas que vão afetar o país, bem como a concessão de ficar na Política Comum de Pescas durante 2019, arriscam tornar o Reino Unido num "estado vassalo", sem controlo sobre os regulamentos aplicados no país.

A expressão usada pelo deputado Jacob Rees-Mogg, reflete os esforços dos defensores mais acérrimos do Brexit em acelerar a saída da União Europeia para "recuperar o controlo das fronteiras, leis e dinheiro".

Na mira de Downing Street está o objetivo de equilibrar a possibilidade de negociar acordos com países terceiros com um acesso dos bens e serviços financeiros britânicos ao mercado único, mas Bruxelas rejeita favorecimentos a determinados setores.

Além dos seus próprios deputados, May ainda não resolveu a questão da Irlanda do Norte, onde assumiu o compromisso de encontrar uma solução que evite uma fronteira física com os vizinhos do sul.

Mas, apesar de no projeto de acordo, Londres ter aceite incluir a opção de um "espaço regulatório comum", pelo menos até que outra solução satisfatória seja proposta, existe residência de conservadores e do Partido Democrata Unionista.

O certo é que a primeira-ministra britânica está agora mais otimista num bom resultado da sua visão para o Brexit, que tentou transmitir aos líderes dos restantes 27 membros da UE no conselho europeu da semana passada.

"Temos agora a oportunidade de criar uma nova dinâmica nas negociações para trabalhar em conjunto para explorar soluções viáveis - na Irlanda do Norte, na nossa futura cooperação em segurança e para garantir a prosperidade futura da nossa população", disse.

O negociador chefe da UE, Michel Barnier, tem insistido na urgência de resolver todos os problemas no máximo até ao conselho europeu de 18 e 19 de outubro, a tempo de fazer os textos serem aprovados pelos países e instituições necessárias.

A esta difícil equação junta-se a fragilidade do governo, já por si dividido, num parlamento também fragmentado onde, ironicamente, depende do apoio do partido Trabalhista, a principal força da oposição.

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