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Tusk pede aos líderes europeus mais do que mera solidariedade

O presidente do Conselho Europeu confirmou hoje que o envenenamento do ex-espião russo Sergueï Skripal fará parte da agenda da cimeira desta semana, e disse esperar uma posição que vá além da manifestação de solidariedade com o Reino Unido.

Tusk pede aos líderes europeus mais do que mera solidariedade
Notícias ao Minuto

16:25 - 20/03/18 por Lusa

Mundo Skripal

Na carta-convite dirigida aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia para o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, Donald Tusk, depois de passar em revista os temas que fazem parte da agenda de trabalhos da cimeira, aponta que, "last but not the least" ("em último lugar, mas não menos importante"), há que falar sobre a Rússia.

"Na sequência do ataque de Salisbury, devemos não só expressar a nossa total solidariedade com o Reino Unido mas também tirar conclusões operacionais, uma vez que este incidente constitui um desafio para a nossa segurança partilhada", escreve o presidente do Conselho Europeu.

Tusk propõe designadamente que os líderes europeus discutam a necessidade de "reforçar a resiliência a riscos relacionados com ameaças Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares", incluindo através de uma cooperação mais estreita entre as instituições da UE, os Estados e a NATO.

"Devemos também continuar a reforçar as nossas capacidades para fazer face a ameaças híbridas, incluindo nas áreas da contraespionagem, comunicação estratégica e ciberespaço", acrescenta.

Na segunda-feira, por ocasião de um Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, os chefes de diplomacia dos 28 adotaram uma declaração comum a condenar "veementemente" o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e da sua filha, Yulia, e admitiram considerar altamente provável o envolvimento da Rússia, como defende o governo britânico.

Em comunicado, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 consideraram que "a vida de muitos cidadãos foi ameaçada por este ato impiedoso e ilegal", e assumiram levar "extremamente a sério" a avaliação do Governo do Reino Unido de que é "altamente provável" que a Rússia seja responsável pelo envenenamento dos Skripal.

"A UE está chocada com o uso de um agente nervoso, desenvolvido pela Rússia, em solo europeu pela primeira vez nos últimos 70 anos. O uso de armas químicas por quem quer que seja, em qualquer circunstância, é completamente inaceitável e constitui uma ameaça de segurança para todos nós", pode ler-se na declaração conjunta.

No final da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, rejeitou que o envenenamento de Skripal seja apenas um assunto bilateral entre Reino Unido e Rússia, considerando tratar-se de "uma questão que envolve toda a União Europeia".

"Produzimos e publicámos uma declaração conjunta na qual exprimimos a nossa profunda solidariedade com o Reino Unido e na qual dizemos que levamos extremamente a sério as informações que nos são prestadas pelo Governo do Reino Unido, segundo as quais é altamente provável que haja responsabilidade russa nesse ataque", apontou.

Para o chefe de diplomacia portuguesa, "esta manifestação de solidariedade com o Reino Unido e os termos em que ela é feita já são por si só a prova de que não se trata apenas de uma relação bilateral entre o Reino Unido e a Rússia, é uma questão que envolve toda a União Europeia".

"Insisto que é a primeira vez desde o fim da II Guerra Mundial que é realizado um ataque com armas químicas em solo europeu", reforçou Augusto Santos Silva.

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