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Guterres pede fim ao envolvimento do Hezbollah no conflito na Síria

O secretário-geral da ONU pede que todos os grupos libaneses, em particular o movimento xiita Hezbollah, deixem de estar envolvidos no conflito civil na Síria, segundo um relatório trimestral sobre o Líbano citado hoje pelas agências internacionais.

Guterres pede fim ao envolvimento do Hezbollah no conflito na Síria
Notícias ao Minuto

16:57 - 16/03/18 por Lusa

Mundo ONU

"A presença de armas não autorizadas nas mãos do Hezbollah continua a ser uma questão de grande preocupação", disse António Guterres, neste documento a que agência noticiosa francesa France Presse (AFP) teve acesso e que foi entregue aos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU antes de um debate sobre este dossiê, agendado para a próxima terça-feira.

Esta recomendação de Guterres visando o Hezbollah, movimento apoiado pelo Irão, deve ser apoiada pelos Estados Unidos, atualmente envolvidos numa ofensiva diplomática para tentar reduzir a influência iraniana no Médio Oriente, considerada por Washington como prejudicial. A posição norte-americana conta com o apoio de Israel.

No Conselho de Segurança da ONU, os planos dos Estados Unidos (um dos cinco membros permanentes deste órgão e com direito de veto) contam, no entanto, com a oposição da Rússia, outro dos membros permanentes.

Moscovo defendeu recentemente, e pela primeira vez, Teerão no dossiê do conflito no Iémen, utilizando o seu poder de veto durante a votação de uma resolução de condenação ao Irão, suspeito de fornecer mísseis balísticos aos rebeldes xiitas Huthis apesar do embargo de armas.

"Nenhum progresso foi realizado no desarmamento de grupos armados", lamentou o ex-primeiro-ministro português, que assumiu a liderança das Nações Unidas em janeiro de 2017.

"A posse de armas fora de um controlo estatal, pelo Hezbollah e por outros grupos, continua a restringir a capacidade do governo do Líbano de exercer a sua plena soberania e autoridade no seu território", afirmou o secretário-geral da ONU, observando que o movimento xiita libanês continua a admitir publicamente que mantém as suas capacidades militares.

Neste relatório trimestral sobre um Líbano que ainda permanece numa situação "frágil", António Guterres enumerou vários incidentes ocorridos entre o período em análise, de novembro de 2017 a fevereiro deste ano.

O representante afirmou estar "preocupado com a continuação dos sobrevoos da aviação israelita do território libanês", que são realizados "quase diariamente" em "violação" das resoluções da ONU e da soberania do Líbano.

Na zona das operações da missão de paz da ONU no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) -- que conta com cerca de 10.500 'capacetes azuis' no sul do país -, a situação "permanece geralmente calma", concluiu Guterres.

Na quinta-feira, em Roma, Guterres participou num encontro ministerial do Grupo Internacional de Apoio ao Líbano.

Na capital italiana, o secretário-geral da ONU declarou que é "absolutamente crucial preservar" a paz naquele país porque "o Líbano é hoje um dos poucos pilares de estabilidade e paz na região" do Médio Oriente.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, pelo menos 511 mil mortos, incluindo 350 mil civis, dos quais perto de 20 mil são crianças, e milhões de deslocados e refugiados.

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