Descobertas mostram que evolução social humana começou mais cedo
Estudos antropológicos conduzidos na África Austral mostram que havia trocas entre grupos remotos e ferramentas elaboradas usadas pelo Homo sapiens há cerca de 320.000 anos, marcas da evolução humana que se pensava terem ocorrido mais tarde.
© D.R.
Mundo Quénia
Em três estudos antropológicos internacionais liderados pelo Museu Smithsonian de História Natural, vestígios arqueológicos descobertos no sul do Quénia revelaram materiais oriundos de outras regiões e utilizados em ferramentas de caça sofisticadas e pintadas com códigos de cores diferentes.
Estas descobertas, na bacia de Olorgesailie, indicam que havia contacto entre grupos distantes de humanos primitivos, trocas e comunicação simbólica complexa, traços do comportamento humano que se pensava terem surgido dezenas de milhares de anos mais tarde.
O diretor de um programa dedicado às origens da humanidade do Museu Nacional de História Natural dos Estados Unidos, Rick Potts, afirmou que "tal como a cor é hoje usada nas roupas ou nas bandeiras para expressar identidade, estes pigmentos poderão ter ajudado a estabelecer e comunicar alianças e a manter laços com grupos distantes".
"Esta mudança para comportamentos muito sofisticados, que envolviam mais capacidades mentais e vidas sociais mais complexas pode ter sido o que distinguiu a nossa linhagem dos outros humanos primitivos", acrescentou a propósito dos estudos publicados hoje na revista Science.
O contexto da época era de incerteza para a espécie humana, confrontada com um ambiente imprevisível e volúvel, em que terramotos mudavam constantemente a geografia e o clima oscilava entre o seco e o húmido.
Estas mudanças ambientais tornavam imprevisível a disponibilidade de alimentos, obrigando os grupos de humanos a mudarem mais vezes de sítio, a precisarem de trocar informação e até mesmo recursos.
As ferramentas estudadas, em que se incluem machados e pontas que seriam usadas como projéteis, eram feitas de materiais que só se encontram a dezenas de quilómetros de distância, como obsidiana, indicando que haveria redes de troca para levar estas pedras para outras regiões.
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