Erdogan rejeita apelos da Europa para pôr fim a ofensiva em Afrine
O Presidente da Turquia rejeitou hoje os apelos da Europa para que acabe com a ofensiva militar contra Afrine (noroeste da Síria), numa altura em que existem relatos de que centenas de pessoas estão a fugir daquele enclave curdo.
© Reuters
Mundo Síria
Num momento em que o Parlamento Europeu se prepara para debater uma proposta de resolução sobre a Síria, Recep Tayyip Erdogan, que falava numa cerimónia de entrega de prémios, abordou o assunto e advertiu os países europeus.
"Não fiquem muito excitados. Não vamos sair [da Síria] até que o nosso trabalho esteja feito. Deviam saber disso, deviam saber disso", afirmou o chefe de Estado turco, dirigindo-se ao Parlamento Europeu (PE).
Segundo informações divulgadas pelos 'media' turcos, a resolução em debate no PE irá exigir o fim da ofensiva militar turca em Afrine e a retirada das tropas da Turquia.
"Não importa o que diga [o PE]. Vai entrar por um ouvido e sair pelo outro", reforçou Erdogan.
Estas declarações do Presidente turco surgem numa altura em que existem relatos que centenas de pessoas estão a fugir de Afrine em direção a localidades vizinhas por causa da intensificação da ofensiva turca.
Canais de televisão árabes e turcos mostraram hoje imagens de pessoas a deixarem o centro de Afrine de carro, mas também a pé.
A estação libanesa Mayadeen TV falou com vários habitantes do enclave curdo e muitos indicaram que estavam a sair para localidades vizinhas à procura de alimentos e pão.
O canal turco DHA TV mostrou vários camiões cheios com pertences de famílias alinhados na estrada para sair de Afrine.
As forças turcas intensificaram na quarta-feira os bombardeamentos contra Afrine.
Um porta-voz do Presidente turco, Ibrahim Kalin, disse hoje que Afrine estará "muito em breve livre" de combatentes curdos, combatentes que são apoiados pelos Estados Unidos e que Ancara classifica como "terroristas".
"O cerco apertou-se em redor dos terroristas. Esperamos que muito em breve, se Deus quiser, nos próximos dias, o centro de Afrine estará completamente livre de terroristas", disse o porta-voz de Erdogan, numa entrevista no canal público TRT.
Na quarta-feira à noite, os ataques aéreos intensificaram em Afrine, matando pelo menos sete pessoas.
Estes ataques aumentaram os receios da população local sobre a iminência de uma eventual grande ofensiva terrestre.
Desde dia 20 de janeiro, a Turquia e fações opositoras sírias pró-Ancara levam a cabo uma ofensiva terrestre e aérea em Afrine (província síria de Alepo), zona controlada pela principal milícia curda na Síria, as Unidades de Proteção Popular (YPG).
Ancara acusa o YPG de ser o ramo sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado uma organização terrorista pela Turquia, e deseja expulsar a milícia curda desta região.
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