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Nova diretora da CIA liderou centro de tortura na Tailândia

Com a nomeação de Mike Pompeo, até então diretor da CIA, Gina Haspel chega à liderança da agência secreta norte-americana. No passado, Haspel liderou uma prisão onde os suspeitos que pertencessem a grupos extremistas eram torturados, em plena "Guerra ao Terror" liderada por George W. Bush, nos anos que se seguiram ao ataque às Torres Gémeas.

Nova diretora da CIA liderou centro de tortura na Tailândia
Notícias ao Minuto

16:40 - 13/03/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Gina Haspel

Pela primeira vez na história norte-americana, uma mulher chega à liderança da CIA. A saída de Rex Tillerson, alegadamente por divergências com Donald Trump no que diz respeito ao dossier nuclear iraniano, levou o presidente a escolher Mike Pompeo, até então diretor da agência norte-americana, para liderar a diplomacia do país.

E para liderar os serviços de inteligência norte-americanos foi escolhida a vice-diretora, Gina Haspel, que agradeceu a oportunidade a Donald Trump. Haspel tinha sido promovida a 'vice' em setembro e, nessa altura, uma reportagem do New York Times relevou alguns pormenores relativamente à agora diretora da CIA.

Gina Haspel, de 61 anos, trabalhou, até à data, sobretudo como agente secreta e liderou uma prisão na Tailândia, um dos locais criados pelos Estados Unidos no pós-11 de Setembro, na chamada “Guerra ao Terror” liderada pelo então presidente George W. Bush, para onde eram enviados alguns dos suspeitos de pertencerem a organizações terroristas islâmicas, nomeadamente a Al-Qaeda.

Ao liderar esta prisão secreta, Gina Haspel 'conviveu' de perto com muitos suspeitos de terrorismo e assistiu a muitos interrogatórios com recurso a tortura. Entre estes suspeitos torturados, informação revelada por um relatório de uma investigação submetida pelo senado norte-americano, Haspel lidou com Abu Zubaydah e com Abd al Rahim al Nashiri.

Nesse relatório são denunciadas torturas contra estes dois suspeitos de pertencerem à Al-Qaeda. Ambos foram sujeitos a afogamento simulado (Abu Zubaydah foi alvo desta tortura pelo menos 83 vezes) e a outras técnicas de interrogatório que hoje são proibidas por lei. Para além de ter conhecimento destas práticas, Gina Haspel é acusada de ter mandado destruir documentos e vídeos relativos aos vários tipos de tortura praticados na Tailândia.

Por esse motivo, Gina Haspel não conseguiu ascender ao cargo de diretor de operações clandestinas na CIA, em 2013, tendo sido rejeitada pelo Senado.

Agora, a ainda número dois dos serviços de inteligência chega a diretora. Como o New York Times recorda, nos últimos oito anos os agentes da CIA têm enfrentado acusações por terem participado em programas de tortura. Com Donald Trump no poder, tudo parece mudar e o presidente, tal como o agora secretário de Estado, Mike Pompeo, parecem estar em sintonia, como o próprio Trump admitiu. O mesmo Trump que considerou que “a tortura funciona”.

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