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EUA e Coreia do Norte, um quarto de século de controvérsia nuclear

O anúncio da reunião dos Presidentes Kim Jong-un e Donald Trump, a realizar em maio, resulta de 25 anos de negociações, ameaças e desencontros entre Estados Unidos e Coreia do Norte marcados pelo programa nuclear coreano.

EUA e Coreia do Norte, um quarto de século de controvérsia nuclear
Notícias ao Minuto

08:04 - 11/03/18 por Lusa

Mundo Cronologia

Cronologia dos principais momentos nas relações entre os Estados Unidos (EUA) e a Coreia do Norte nos últimos 25 anos:

1993

12 de março - A Coreia do Norte anuncia o abandono do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), justificando a medida com "manobras" dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, bem como com a intenção da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) de inspecionar as instalações militares norte-coreanas.

02 de junho - Dá-se a primeira de três rondas negociais entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. As reuniões, que evitaram a saída do país coreano do TNP em troca de apoio energético, terminaram a 12 de agosto de 1994.

1994

21 de outubro - A Coreia do Norte e os Estados Unidos assinam um acordo em Genebra no qual Pyongyang permite a construção de dois reatores nucleares de água pressurizada, sem uso militar, por um consórcio multinacional em detrimento da suspensão do programa nuclear.

1998

31 de agosto - Apesar de conversas entre os EUA e a Coreia do Norte para o abandono da produção e venda de mísseis, o regime coreano testa o seu primeiro míssil balístico de alcance intermédio (IRBM).

2002

29 de janeiro - O então Presidente dos EUA, George W. Bush, inclui a Coreia do Norte no "eixo do mal", juntamente com o Irão e o Iraque, e exige aos três que abandonem os seus programas de produção de armas de destruição maciça.

07 de agosto - Cerimónia simbólica assinala a construção de reatores para uso civil na Coreia do Norte.

14 de novembro - O consórcio multinacional responsável por construir os reatores e fornecer apoio energético à Coreia do Norte suspende os envios de petróleo a Pyongyang após o regime ter admitido a existência de um programa de enriquecimento de urânio.

31 de dezembro - Inspetores da AIEA são expulsos da Coreia do Norte, que decide reativar o seu equipamento nuclear para a produção de armas.

 2003

10 de janeiro -A Coreia do Norte anuncia às Nações Unidas o abandono do TNP.

23 de abril - Os Estados Unidos, a Coreia do Norte e a China realizam conversações em Pequim, nas quais Pyongyang admite, pela primeira vez, que possui armas nucleares.

27 de agosto - Dá-se a primeira ronda das negociações que juntaram as Coreias, os EUA, a China, a Rússia e o Japão para conseguir a desnuclearização do regime de Pyongyang.

2005

10 de fevereiro - A Coreia do Norte anuncia que "produziu armas nucleares", sendo a sua primeira declaração pública sobre o assunto.

19 de dezembro - Perante o atraso na construção dos reatores nucleares de água pressurizada prometido pelo consórcio multinacional, o regime de Pyongyang anuncia um impulso no desenvolvimento dos reatores a grafite -- capazes de produzir material para bombas atómicas.

2006

01 de junho - O consórcio multinacional cancela, oficialmente, a construção dos reatores nucleares de água pressurizada.

04 de julho - A Coreia do Norte lança vários mísseis balísticos, incluindo o Taepodong-2, o seu primeiro dispositivo intercontinental.

15 de julho - As Nações Unidas aplicam as primeiras medidas sancionatórias ao país contra o programa nuclear e de mísseis.

09 de outubro - A Coreia do Norte realiza o seu primeiro teste nuclear.

2007

03 de outubro - No âmbito das conversas começadas em agosto de 2003 com outros cinco países, a Coreia do Norte concorda em deixar que todas as suas instalações e programas nucleares sejam inventariados, avançando que iria fechar o centro de Yongbyon, a principal central atómica do país, em troca de uma tonelada de combustíveis fósseis.

2008

11 de outubro - Os EUA retiram a Coreia do Norte da lista de países patrocinadores de terrorismo com a condição de o país permitir inspeções transparentes.

2009

25 de maio - A Coreia do Norte realiza o seu segundo teste nuclear, levando as Nações Unidas a aplicar novas sanções.

2011

19 de dezembro - O regime norte-coreano anuncia a morte do seu líder, Kim Jong-il, e que será sucedido pelo filho, Kim Jong-un, atual Presidente.

2013

12 de fevereiro - A Coreia do Norte conduz o seu terceiro teste nuclear, o primeiro sob a liderança de Kim Jong-un, e aumenta a tensão entre os Estados Unidos e o governo sul-coreano.

2016

06 de janeiro - A Coreia do Norte anuncia o seu quarto teste nuclear, garantindo que usou, pela primeira vez, uma bomba H e intensificou a frequência dos testes de mísseis balísticos. A bomba H, ou bomba termonuclear, pode ter uma intensidade mais de mil vezes superior à de uma bomba atómica, como a usada em Hiroshima em 1945.

09 de setembro - O regime norte-coreano realiza o seu quinto teste nuclear, sendo a primeira vez que dois testes são realizados no espaço de meses.

2017

20 de janeiro - Donald Trump toma posse como Presidente dos Estados Unidos. O crescente número de testes militares norte-coreanos resulta numa escalada das ameaças entre Washington e Pyongyang.

03 de setembro - A Coreia do Norte realiza o seu sexto - e, até à data, mais poderoso - teste nuclear e assegura que a bomba H detonada pode ser equipada num míssil.

19 de setembro - Num discurso nas Nações Unidas, Trump ameaça "destruir totalmente a Coreia do Norte".

28 de novembro - O regime lança o mais sofisticado míssil intercontinental até hoje, o Hwasong 15, e afirma ser capaz de atacar os Estados Unidos com uma bomba atómica.

2018

01 de janeiro - Kim Jong-un diz estar disponível para mandar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno, na Coreia do Sul, de modo a reaproximar-se de Seul.

09 de janeiro - Representantes das Coreias reúnem-se pela primeira vez desde 2015 e acordam a participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos.

09 de fevereiro - Kim Yo-jong, irmã do líder Kim Jong-un, lidera a delegação norte-coreana, que numa visita histórica, convidou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a participar numa cimeira com o seu irmão.

05 de março - Uma delegação sul-coreana viaja até ao norte, onde se reuniu com Kim Jong-un. No regresso, o grupo anuncia uma cimeira inter-Coreias e que Pyongyang está disponível para negociar a sua desnuclearização.

08 de março - A delegação da Coreia do Sul anuncia em Washington que Kim Jong-un está aberto à realização de um encontro com Trump, e que o Presidente norte-americano aceitou. Em maio deve acontecer este encontro já considerado histórico por vários países e organizações.

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