Blair pede à UE reformas para evitar a saída do Reino Unido
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que se opõe à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), pediu hoje aos líderes europeus que tentem reverter o 'Brexit' e ofereçam a Londres uma alternativa reformando a política de imigração.
© Reuters
Mundo Brexit
O antigo líder do Partido Trabalhista e primeiro-ministro entre 1997 e 2007 defendeu em Bruxelas que a rutura pode ser evitada com um "plano integral sobre o controlo da imigração" no conjunto da UE.
"A Europa sabe que precisa de reformas. A reforma da Europa é decisiva para fazer o Reino Unido mudar de opinião", disse, num discurso na associação empresarial europeia BusinessEurope.
"Isso não requer nenhum milagre, requer liderança. É disso que precisamos neste momento", acrescentou.
Trata-se, explicou, de fazer com que os britânicos sintam que as "genuínas reivindicações subjacentes" que levaram ao resultado do referendo de junho de 2016 podem ser atendidas e, assim, evitar o "beco sem saída" que é o Brexit.
O ex-primeiro-ministro considera que "restam apenas semanas", mas o Brexit pode ser evitado e rejeitado num segundo referendo, a realizar quando for alcançado um acordo final.
A intervenção de Blair é a segunda de um ex-primeiro-ministro britânico em dois dias, depois de, na quarta-feira, John Major, que governou entre 1990 e 1997, ter defendido a ideia de um segundo referendo, sobre o acordo final, com o argumento de que os britânicos foram "induzidos em erro" sobre as consequências do Brexit.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, pronuncia na sexta-feira um discurso sobre a visão britânica da relação entre o Reino Unido e a UE após o Brexit, no qual é esperado que reafirme a intenção de sair do mercado único e da união aduaneira.
May reúne-se hoje em Londres com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que defendeu a manutenção do território britânico da Irlanda do Norte no mercado único, uma vez que "ninguém teve uma ideia mais inteligente" para evitar uma fronteira rígida entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, membro da UE.
O Governo de May recusou a proposta, que, considera, "ameaça a integridade constitucional do Reino Unido", mas não propôs uma alternativa para evitar uma fronteira que pode pôr em causa o acordo de paz de 1998.
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