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Trump e Sessions envolvem-se em rara troca de acusação e resposta

O procurador-geral dos EUA, equivalente a ministro da Justiça em Portugal, rejeitou hoje as críticas que o Presidente Donald Trump lhe fez por causa da investigação à alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.

Trump e Sessions envolvem-se em rara troca de acusação e resposta
Notícias ao Minuto

20:21 - 28/02/18 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Jeff Sessions, que dirige o Departamento da Justiça, raramente comenta em público as acusações que Trump, perante quem responde em primeira linha, dado que é este quem escolhe os seus ministros, lhe faz.

Ao início do dia de hoje, Trump, através da rede social Twitter, criticou Sessions por este não estar a fazer o suficiente para investigar se a polícia federal (FBI, na sigla em inglês) excedeu os seus poderes de vigilância na investigação do caso russo.

Na sua mensagem, Trump questionou por que é que Sessions pediu ao inspetor-geral [do Departamento da Justiça] para investigar o abuso potencialmente massivo da FISA, aludindo à lei Foreign Intelligence Surveillance Act (lei sobre recolha de informações relativas a estrangeiros), que detalha as condições em que uma pessoa pode ser colocada sob escuta.

Em causa está saber se procuradores e agentes do FBI abusaram do uso da FISA para obterem um mandado judicial para monitorizarem as comunicações de um associado de Trump.

Trump discordou do pedido de Sessions, previu que o inspetor-geral iria demorar "uma eternidade", que não tem poderes para acusar, que já está atrasado com o relatório sobre a gestão feita pelo anterior diretor do FBI, James Comey, à investigação sobre o uso do correio eletrónico por Hillary Obama e que em todo o caso é "um tipo do Obama".

Depois de contrapor que Sessions deveria ter usado advogados da Procuradoria, e não o inspetor-geral, Trump sintetizou a sua opinião sobre o comportamento do seu ministro da Justiça: "Vergonhoso!".

Mas Sessions, desta vez, respondeu.

Em comunicado, Sessions sustentou que fez "o que devia fazer" ao entregar a investigação aos eventuais abusos do FBI na vigilância que fez no contexto do caso russo ao órgão de controlo interno do Departamento de Justiça.

No seu texto, Sessions, antigo senador do Alabama e apoiante infatigável de Trump na campanha eleitoral presidencial, garantiu: "Enquanto eu for o procurador, vou continuar a exercer o meu cargo com integridade e honra".

Esta troca rara de versões antagónicas entre os dois septuagenários, intermediada por mensagens no Twitter e comunicados, já levou a agência AP a fazer uma confirmação de alegações.

Assim, o relatório sobre a gestão de Comey ao uso do correio eletrónico por Hillary Clinton há muito que está anunciado para os próximos meses, o inspetor-geral é apontado para cargos públicos federais desde o presidente republicano George W. Bush e o seu gabinete tem mais poderes do que Trump lhe atribui e a questão do abuso da FISA pelo FBI tem motivado discussões inconclusivas no congresso, com a polícia federal a apontar os múltiplos níveis de aprovação exigidos para impedir precisamente os problemas que Trump apontou.

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