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Moscovo nega envolvimento nos bombardeamentos em Ghouta Oriental

A Rússia negou hoje qualquer envolvimento nos bombardeamentos contra o enclave rebelde de Ghouta Oriental, nos arredores da capital síria de Damasco, que desde domingo já fizeram quase 300 mortos.

Moscovo nega envolvimento nos bombardeamentos em Ghouta Oriental
Notícias ao Minuto

14:13 - 21/02/18 por Lusa

Mundo Síria

"São acusações sem fundamento", afirmou, em declarações à comunicação social, o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, um dia depois de os Estados Unidos terem acusado a Rússia de constar "entre os responsáveis" pelos ataques, pela "terrível situação humanitária em Ghouta Oriental e pelo horrível balanço de mortes entre civis" naquele enclave rebelde com cerca de 400 mil habitantes sitiado pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad desde 2013.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou hoje que desde domingo passado 296 pessoas, das quais 71 crianças e 42 mulheres, foram mortas e outras 1.400 ficaram feridas nos bombardeamentos contra Ghouta Oriental.

Ghouta Oriental, um enclave da oposição a Bashar al-Assad localizado a leste de Damasco, é alvo desde 05 de fevereiro de uma ofensiva das forças do regime sírio.

"Não estamos de acordo" com as acusações lançadas contra Moscovo (aliado tradicional do regime sírio), frisou Peskov, acrescentando que os fundamentos de tais declarações "não são claros".

Os aviões do regime sírio bombardearam hoje, e pelo quarto dia consecutivo, a zona de Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição síria perto da capital síria.

Na terça-feira, a porta-voz da diplomacia norte-americana, Heather Nauert, exigiu "o fim da violência" em Ghouta Oriental, sublinhando que Washington está "extremamente preocupado" com estes bombardeamentos "muito perturbadores".

"A Rússia deve pôr fim ao seu apoio ao regime de Assad e aos seus aliados. Eles são responsáveis por estes ataques", afirmou Heather Nauert.

O OSDH acusou igualmente a Rússia de ter bombardeado na terça-feira o enclave de Ghouta Oriental pela primeira vez em três meses.

O Observatório não precisou se Moscovo esteve envolvido nos raides aéreos realizados hoje.

Em Liubliana, na Eslovénia, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, também falou sobre a guerra na Síria, um conflito que ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de vários países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

Uma dessas frentes é o enclave curdo de Afrine (noroeste), controlado pela principal milícia curda na Síria, as Unidades de Proteção Popular (YPG). Desde 20 de janeiro, a Turquia e fações opositoras sírias pró-Ancara levam a cabo uma ofensiva terrestre e aérea em Afrine, na província síria de Alepo.

Ancara acusa o YPG de ser o ramo sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado uma organização terrorista pela Turquia, e deseja expulsar a milícia curda desta região.

Segundo Lavrov, Ancara e Damasco devem dialogar para alcançar um acordo após a entrada do exército turco em Afrine.

"Deveria haver um diálogo que tivesse como base a integridade territorial" da Síria, disse o chefe da diplomacia russa.

Ao mesmo tempo, Lavrov considerou que o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, "deveria negociar também com cada parte" do conflito ativo no país, "incluindo com os curdos".

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria provocou, desde essa data, mais de 350.000 mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

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