Crise na Irlanda do Norte 'agudiza-se' após falhanço nas negociações
Os principais partidos da Irlanda do Norte anunciaram hoje o fracasso das negociações para a formação de um novo governo, conversações que pretendiam pôr fim a uma crise política que já dura há mais de um ano.
© Reuters
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A Irlanda do Norte vive uma crise política desde a demissão do cargo de vice-primeiro-ministro, em janeiro de 2017, de Martin McGuinness, líder do partido nacionalista Sinn Fein, antigo braço político do inativo Exército Republicano Irlandês (IRA).
Em março do ano passado realizaram-se eleições antecipadas, mas o Partido Unionista Democrático (DUP), que venceu o escrutínio, e o Sinn Fein, não conseguiram até ao momento chegar a um acordo de partilha do poder.
"Na nossa opinião, neste momento, não existem quaisquer perspetivas para que estas conversações conduzam à formação de um executivo", declarou a líder do DUP, Arlene Foster, indicando que as divergências "sérias e importantes" permanecem entre os unionistas e o Sinn Fein, nomeadamente sobre o uso da língua gaélica naquela província.
A líder do Sinn Fein na Irlanda do Norte, Michelle O'Neill, responsabilizou o DUP pelo fracasso desta ronda de conversações, que arrancou em finais de janeiro último e que foi encarada como a "última oportunidade" para evitar a suspensão da economia.
"Chegamos a um acordo com o DUP, mas a sua direção recusou apoiá-lo", disse Michelle O'Neill, em declarações em Belfast.
A representante afirmou que as questões pendentes "não vão desaparecer e que terão de ser resolvidas, seja daqui a um dia, um mês ou vários meses".
A Irlanda do Norte está sem governo desde janeiro de 2017.
O DUP, pró-britânico e o principal da comunidade protestante norte-irlandesa, e o Sinn Fein, o principal partido da comunidade católica norte-irlandesa, eram parceiros no executivo autónomo norte-irlandês desde 2007.
Arlene Foster pediu entretanto ao governo de Londres para assumir as rédeas daquela província autónoma britânica.
"Agora cabe ao governo de Sua Majestade estabelecer um orçamento e começar a tomar decisões políticas sobre as nossas escolas, hospitais e infraestruturas", disse a líder do DUP, num comunicado publicado na rede social Twitter.
"Esperava sinceramente que pudéssemos restabelecer um governo e que os ministros locais pudessem tomar decisões. Algo que não é possível neste momento", acrescentou Arlene Foster, aliada do governo conservador britânico liderado pela primeira-ministra Theresa May.
No ano passado, o parlamento britânico já teve de assumir a administração corrente de Belfast e votou um orçamento para garantir a continuidade dos serviços públicos naquela província britânica.
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