Numa cerimónia celebrada na Cidade do Cabo que iniciou as comemorações do centenário do ex-presidente Nelson Mandela, Ramaphosa, prometeu continuar o legado do Nobel da Paz na luta contra a corrupção. "Aqueles que são corruptos, que roubam os pobres, serão levados à justiça", disse.
Acerca das negociações sobre a saída do chefe de Estado Jacob Zumba, Ramaphosa sublinhou: "O que queremos é que o interesse das pessoas prime sobre o dos outros".
Segundo a imprensa local, declarações do número um do Congresso Nacional Africano (CNA) como "sabemos que quereis que isto termine" podem indicar que o partido não conseguiu alcançar um acordo com o presidente.
O único órgão do ANC com capacidade para forçar a saída do chefe de Estado é o comité executivo nacional, que se reúne na segunda-feira, já que as regras internas da formação estabelecem que todos os membros do partido, incluindo os cargos eleitos, devem submeter-se à vontade desta.
Contudo, se Zuma se negasse a deixar o cargo, a única via possível seria uma moção de censura parlamentar.
Depois de ter ultrapassado sete moções anteriormente, o Presidente, que continua a ser alvo de acusações de corrupção, vai enfrentar - senão se demitir antes - no próximo dia 22 uma nova moção de censura parlamentar, pedida por um partido da oposição.
Após deixar a presidência da formação no último congresso, realizado em dezembro, a favor de Ramaphosa - que não era o seu candidato preferido - a pressão para que o chefe de Estado abandone o poder aumentou, especialmente nas últimas semanas.